Liam Arnolds and Samuel Hodecker fuck

O aroma de café velho e tinta fresca era a essência daquele apartamento minúsculo. Liam Arnolds vivia cercado por pilhas de livros de direito, seus olhos azuis marcados pela fadiga de noites em claro estudando para a Ordem. Do outro lado da parede de drywall, os acordes distorcidos de uma guitarra e o baixo constante de uma bateria eram a trilha sonora de Samuel Hodecker.

Samuel era o caos em forma de pessoa. Cabelos desalinhados, roupas com tinta, e um sorriso que conseguia ser irônico e genuíno ao mesmo tempo. Sua banda de garagem, os “Hodecker’s Folly”, ensaiava três vezes por semana, sempre no limite do horário que o regulamento do prédio permitia.

Uma terça-feira, Liam não aguentou. A tensão de um caso fictício complexo e o riff repetitivo de “Smoke on the Water” pela décima vez o fizeram explodir. Bateu na porta do vizinho com uma força que quase arrebentou a madeira.

Samuel abriu, com os fones de ouvido pendurados no pescoço, vazando um som de guitarra.

“Você precisa parar com esse barulho *agora*”, rosnou Liam, os punhos cerrados. “Algumas pessoas precisam trabalhar!”

Samuel olhou para ele, sem se abalar. “Trabalhar? Eu também estou trabalhando. Chama-se arte.”

“Chama-se poluição sonora”, Liam retornou, gelado.

Foi o início de uma guerra fria. Liam batia na parede quando a música ultrapassava os 70 decibéis. Samuel, em retaliação, começou a tocar suas músicas mais altas justamente nas horas de estudo mais críticas de Liam.

Até que uma noite, a música parou subitamente no meio de um solo. Intrigado pelo silêncio incomum, Liam esperou. Nada. Uma hora depois, uma batida hesitante em sua porta. Era Samuel. A postura arrogante havia sumido; no lugar, havia uma vulnerabilidade estranha.