Legrand Wolf fucks Felix Fox
Na Floresta Sussurrante, onde os pinheiros eram torres de observação e os carvalhos guardiões de segredos, a ordem era mantida por Legrand Wolf. Ele não era apenas um lobo; era a encarnação do equilíbrio. Seu pelo era da cor da tempestade prestes a passar, e seus olhos, dois pedaços de âmbar gelado, viam cada tremor na hierarquia da floresta. Governava com paciência feroz, respeito absoluto e uma presença que fazia silenciar até o vento.
Do outro lado do rio de águas prateadas, na clareira dos troncos caídos e tocas sinuosas, vivia Felix Fox. Enquanto Legrand era a solidez da montanha, Felix era o clarão do raio. Seu pelo era fogo e ferrugem, e seus olhos verdes cintilavam com uma inteligência inquieta e uma curiosidade insaciável. Felix não desafiava a lei; ele a contornava, a explorava, a entendia de formas que nem mesmo Legrand conseguia prever. Era um mestre da adaptação, um coletor de informações, um solucionador de problemas inusitados.
A paz foi quebrada por um silêncio. Um silêncio denso e doente. Os riachos secaram antes da hora, as frutas caíam verdes e podres, e um cheiro fraco de ferrugem e mel azedo pairou no ar. A floresta estava definhando, e a ameaça era invisível. Legrand, com todo seu poder, não conseguia farejar um inimigo para enfrentar. Seu governo, baseado na força e na ordem, era inútil contra uma sombra sem forma.
Foi quando, numa noite de lua opaca, Felix Fox apareceu na fronteira do território de Legrand. Não se esgueirando, mas com uma postura desconcertantemente direta. Nas mandíbulas delicadas, trazia não uma oferenda, mas uma pista: uma raiz retorcida, necrosada por dentro, exalando aquele mesmo cheiro de morte.
“Grande Legrand,” disse Felix, sem subserviência, mas com o respeito de um estrategista por outro. “O inimigo não está acima do solo. Está abaixo. É uma podridão que se espalha pelas raízes. Ataca a fundação de tudo.”
Legrand observou a raiz, depois ousada raposa. Viu, naquele olhar verde, não insubordinação, mas um tipo diferente de força. A força do conhecimento, da observação paciente em lugares onde as patas de um lobo jamais pisariam.
“Você, que vê o que os outros ignoram,” rosnou Legrand, sua voz um trovão baixo. “O que propõe?”
A aliança foi forjada naquela noite. Legrand Wolf, com sua autoridade, convocou as criaturas da floresta. O cervo, o texugo, o ouriço. Felix Fox, com sua astúcia, delineou o plano. Explicou os padrões da praga, as plantas sentinelas que morriam primeiro, os caminhos subterrâneos do mal. Enquanto Legrand coordenava os esforços, organizando os animais para cavar valas de contenção e trazer plantas purificadoras indicadas pelos sábios corvos, Felix infiltrava-se nos pontos mais críticos. Ele seguia os rastros da podridão até sua fonte: um antigo cogumelo venenoso, outrora pequeno, agora com uma rede micelial monstruosa que estrangulava as raízes da floresta.




