Lachie Neil (UrBoyLachie) gets fucked by JackeDownUnder in the shower
O mundo de Lachie Neil, conhecido online como UrBoyLachie, era um turbilhão de cores, sons e likes. Sua vida era uma curadoria constante: ângulos perfeitos, piadas ensaiadas, desafios virais. Ele era famoso por ser “autêntico”, mas sua autenticidade era meticulosamente planejada. Uma viagem patrocinada à Tasmânia era a oportunidade perfeita para um novo conteúdo: “UrBoyLachie na Selva!”.
Jack, conhecido para os poucos que o conheciam como JackeDownUnder, não tinha redes sociais. Seu mundo era o Parque Nacional Southwest, uma vastidão de montanhas, florestas intocadas e silêncio. Ele era um guarda-florestal, um homem cujas mãos entendiam mais de nós em cordas e cicatrizes em cascas de árvores do que de telas de celular.
Seus caminhos se cruzaram quando Lachie, determinado a filmar um “nascer do sol épico”, ignorou as placas de aviso e se perdeu em uma trilha secundária. A bateria do celular morreu, o sol se pôs, e o pânico começou a morder seus tornozelos como uma serpente gelada. A “selva” já não era um cenário; era assustadoramente real.
Foi Jack quem o encontrou, horas depois, tremendo sob uma árvore gigante. A lança do guarda-florestal iluminou primeiro o rosto de Lachie, pálido e sujo de lágrimas.
“Você tá longe de casa, garoto da cidade,” disse Jack, sua voz era calma como o rio que corria ali perto. Não era uma repreensão, era um fato.
Lachie, acostumado a milhões de seguidores, nunca se sentira tão visto — e tão vulnerável. Jack não o reconheceu. Para Jack, ele era apenas um garoto perdido.
A cabana de Jack era pequena, cheirava a madeira queimada e chá de eucalipto. Não havia sinal de internet. Naquela noite, pela primeira vez em anos, Lachie não postou nada. Em vez disso, ele ouviu. Ouviu Jack falar sobre as estrelas que guiavam os viajantes antigos, sobre o cheiro da chuva se aproximando, sobre a história de uma águia que vinha visitando sua varanda há dez anos.
Lachie tentou pagar pela hospedagem, oferecer dinheiro, prometer uma menção nas redes. Jack apenas riu, um som grave e honesto. “Aqui, a única moeda que importa é saber fazer fogo e não perturbar os demônios-de-tasmânia.”
Nos dias seguintes, enquanto o tempo fechava e impossibilitava o resgate, algo desabrochou. Lachie, longe de seus filtros e roteiros, começou a desmontar. Ele ajudou Jack a consertar uma cerca, aprendeu a identificar pegadas de wombat, e, numa manhã, ficou em silêncio por quase uma hora, apenas observando um lagarto tomar sol numa pedra.
Jack, por sua vez, viu através da fachada do “influenciador”. Viu a ansiedade, a necessidade de aprovação, o menino assustado por trás da confiança encenada. E viu também uma curiosidade genuína que emergia quando Lachie esquecia de ser “UrBoyLachie”.
O resgate chegou com um helicóptero barulhento, rasgando o silêncio sagrado da montanha. De volta à civilização, o mundo de Lachie o engoliu de volta. Patrocinadores, prazos, a pressão por engajamento.
Mas algo havia mudado. Suas postagens não eram mais as mesmas. Havia menos gritaria e mais paisagens. Ele falava sobre o silêncio. Seus seguidores notaram. “O que aconteceu com o UrBoyLachie?”, comentavam.
Um mês depois, uma pequena encomenda chegou para Jack na cabana. Era um pacote sem remetente. Dentro, não havia nenhum gadget eletrônico ou produto patrocinado. Havia um caderno de croquis, caro, de páginas em branco. Na primeira página, uma única frase estava escrita:
*”A única coisa que valia a pena ‘influenciar’ era o meu próprio coração. Obrigado por me mostrar o caminho de volta. – Lachie (apenas Lachie)”*
Jack sorriu, fechando o caderno. Ele pegou um lápis de madeira, sentou-se na varanda e, pela primeira vez em anos, começou a desenhar. Não eram mapas ou anotações de trabalho. Eram as curvas do sorriso de um garoto da cidade que havia se encontrado, finalmente, perdido no lugar certo.




