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Killian Knox and Mikelo Zane fuck

A cidade de Veridia não dormia; ela apenas baixava o volume. E na periferia desse ruído constante, em um apartamento minúsculo no último andar de um prédio antigo, **Killian Knox** roubava sons. Ele era um *sample hunter*, um caçador de ruídos. Seu estúdio era um labirinto de gravadores de fita analógicos, microfones de contato e alto-falantes desmontados. Killian não fazia música no sentido tradicional. Ele criava colagens sonoras, tapetes de audio para filmes experimentais ou para quem pagasse bem. Seu trabalho era encontrar a melodia no caos: o ritmo de uma máquina de escrever, a sinfonia de um poste de luz oscilando no vento, o suspiro perdido de uma estação de metrô vazia. Ele usava sempre um par de fones de ouvido enormes, como conchas protegendo um mundo interior frágil. As pessoas o chamavam de “fantasma”, porque ele parecia absorver o som ao seu redor, deixando apenas um vazio.

**Mikelo Zane** era o oposto. Ele era um arquiteto acústico, um dos mais requisitados da cidade. Enquanto outros projetavam formas, ele projetava silêncio. Sua especialidade era criar espaços que não apenas abafassem o ruído, mas que o moldassem, como um escultor do ar. Ele projetava salas de concertos onde um sussurro no palco chegava cristalino ao último assento, e bibliotecas onde o único som era o próprio pensamento. Mikelo vestia-se com um minimalismo impecável – cores neutras, cortes perfeitos – e falava com uma clareza e uma pausa calculadas, como se medisse cada decibel de sua própria voz. Sua vida era uma busca pelo equilíbrio perfeito entre o som e o vazio.

Seus mundos colidiram em um projeto absurdo: o **”Jardim de Eco”**, uma instalação de arte pública encomendada por um milionário excêntrico. A ideia era um labirinto ao ar livre no centro da cidade onde os sons se comportariam de maneira mágica – sussurros se tornariam canções, passos gerariam harmonias. Mikelo foi contratado para projetar a estrutura e a ciência. Killian, depois de muito insistir do curador, foi contratado para “fornecer a alma sonora” – criar uma biblioteca de ruídos específicos que seriam ativados pelo movimento dos visitantes.

A primeira reunião foi um desastre de frequências opostas.

“No ponto A3, precisamos de uma ressonância de 440 Hz pura para ativar o sensor de movimento,” disse Mikelo, apontando para uma planta baixa digital perfeitamente renderizada em seu tablet.

Killian, mastigando a ponta de um fio desencapado, olhou para ele como se fosse um alienígena. “440 Hz é um lá puro. É chato. É um dia de sol sem nuvens. O que você quer aqui não é um *lá*, é o som de um lá *quebrado*. O de um violino velho sendo arrastado por um fio de náilon sobre um vidro rachado. Isso tem alma.”

“Isso tem ruído indesejado e irregularidades que vão interferir no sistema de ativação por condução óssea que instalei,” contra-atacou Mikelo, sem levantar a voz.

“Bom, talvez seu sistema seja surdo para o que importa,” respondeu Killian, colocando os fones de ouvido com um gesto final.

Era guerra. Mikelo via Killian como um artista bagunceiro, sentimental e anti-científico. Killian via Mikelo como uma máquina sem poesia, um assassino de acidentes felizes.

Mas o projeto precisava avançar. Forçados a trabalhar juntos, começaram uma dolorosa dança de concessões. Killian foi ao estúdio de Mikelo – um espaço branco, anecóico, tão silencioso que dava vontade de gritar só para provar que ainda existia. Lá, Mikelo mostrou-lhe como um som puro podia, de fato, conter uma emoção devastadora quando isolado de tudo. Killian, por sua vez, levou Mikelo em uma de suas “caçadas”. Em um beco úmido, prenderam um microfone de contato em um cano de gotejamento. Para Mikelo, era apenas água. Mas quando Killian processou o som em seu gravador portátil, isolando os harmônicos, revelou-se uma melodia aleatória, triste e bela. Mikelo ficou em silêncio. Ele nunca tinha *escutado* a solidão de um cano antes.

Aos poucos, o desdém tornou-se respeito, e o respeito tornou-se uma curiosidade voraz sobre o universo do outro. Mikelo começou a ouvir o mundo com os ouvidos de Killian – não como um problema a ser resolvido, mas como uma partitura a ser descoberta. Killian começou a apreciar a beleza brutal de um silêncio perfeito, de uma frequência pura – não como fria, mas como fundamento sobre o qual o caos podia dançar.

O amor nasceu no momento em que pararam de tentar converter um ao outro e começaram a construir algo novo, juntos. Foi no estúdio de Killian, tarde da noite, com o ruído rosa da cidade entrando pela janela aberta. Mikelo estava ajustando um algoritmo que respondia à respiração de Killian, transformando-a em um acorde suave. Killian observava suas mãos, limpas e precisas, movendo-se sobre o teclado.

“Mais agudo,” sussurrou Killian, sem saber ao certo se falava da respiração ou de outra coisa.

Mikelo olhou para ele, e pela primeira vez, sua expressão perfeita quebrou-se em algo vulnerável, real. Ele ajustou um parâmetro. O som que saiu dos alto-falantes não era um simples acorde. Era a respiração de Killian, sim, mas filtrada, amplificada, transformada em uma onda sonora que parecia conter todo o cansaço e a esperança do mundo. Era íntimo. Era assustador. Era lindo.

“É isso,” disse Killian, sua voz rouca. “Você capturou… o silêncio dentro do meu barulho.”

Mikelo desligou o equipamento. O verdadeiro silêncio da noite invadiu o quarto. “Não capturei,” ele corrigiu, suavemente. “Apenas projetei um espaço para que ele pudesse ser ouvido.”

O beijo deles, quando finalmente aconteceu, não foi alto nem dramático. Foi um colapso de barreiras acústicas, uma sincronização perfeita. Killian sentiu o silêncio organizado de Mikelo desmoronar em uma cacofonia deliciosa de calor e batimentos cardíacos. Mikelo sentiu o caos sonoro de Killian encontrar um ponto de repouso, uma frequência fundamental que era o sabor de seus lábios.

O Jardim de Eco foi um sucesso estrondoso. Os visitantes maravilhavam-se com as paredes que cantavam e os sussurros que se transformavam em coros. Mas a verdadeira obra-prima era invisível: a sala de controle, um cubículo projetado por Mikelo com isolamento perfeito, onde Killian tinha seus equipamentos. Era o único lugar verdadeiramente silencioso de todo o labirinto. Era o seu refúgio.

Lá dentro, entre os cabos e as telas, eles encontravam seu equilíbrio. Mikelo, o arquiteto do silêncio, descobriu que o som mais rico era a voz rouca de Killian contando uma história. Killian, o ladrão de som, descobriu que o seu ruído interior favorito era o ritmo calmo da respiração de Mikelo enquanto ele dormia, um som tão puro e necessário que ele nunca tentaria gravar, apenas sentir.

Era a colisão perfeita. O caos que dava forma ao vazio, e o vazio que dava significado ao caos.

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