Just tap it in Bro – DarioXity and Jace Starr fuck
O **Céu Noturno do Observatório Lunar** era a tela de **DarioXity**. Não com um pincel, mas com um poderoso telescópio controlado por algoritmos e um teclado iluminado. Ele era um *astro-streamer*, um fenômeno online. Milhares de pessoas sintonizavam suas transmissões ao vivo para ouvir sua voz calma e profunda descrever a dança das galáxias, os segredos das nebulosas, enquanto imagens cósmicas de tirar o fôlego enchiam as telas. Seu mundo era de distâncias medidas em anos-luz, de silêncio cósmico e da solidão peculiar de quem conversa com uma multidão invisível.
Na Terra, diretamente abaixo do penhasco onde o observatório ficava, brilhava uma luz mais terrena e intermitente: o letreiro de néon da boate **StarrGaze**. E no centro da pista, sob holofotes que rivalizavam com as estrelas, estava **Jace Starr**. Ele não era apenas um dançarino; era a atração principal. Seu corpo era um instrumento de expressão pura, contorcionista e gracioso, contando histórias de desejo, perda e alegria sob batidas pulsantes. Enquanto Dario falava do isolamento eterno do espaço, Jace celebrava o calor efêmero do corpo humano.
Eles eram vizinhos celestiais e infernais, separados por quinhentos metros de rocha e um abismo de existência. Dario reclamava da poluição luminosa do letreiro de Jace, que roubava as estrelas mais fracas. Jace rolava os olhos para o “ermitão do telescópio” que, segundo ele, vivia olhando para o passado morto de estrelas que nem existiam mais.
O clímax veio durante uma tempestade perfeita: uma rara chuva de meteoros, a Perseidas, coincidiu com a noite de maior movimento do StarrGaze. Dario estava ao vivo, furioso, porque as luzes e a música abafavam seu evento celestial. Jace estava em crise, porque um holofote quebrado arruinava a coreografia de seu novo número, inspirada justamente… na queda de estrelas cadentes.
Em um ato de desespero digital, Dario, ainda no ar, fez algo impensável. Em vez de reclamar com os moderadores, ele digitou o endereço IP público da câmera de segurança do estacionamento do StarrGaze (uma falha que ele, por hobby, descobrira). Para o espanto de seus espectadores, a transmissão ao vivo de **DarioXity** dividiu a tela. De um lado, a majestosa abóboda celeste. Do outro, o caos da boate, com Jace no centro, parado, olhando para o holofote quebrado com uma expressão de pura frustração.
A voz calmante de Dario ecoou para os dois públicos: “…E enquanto aguardamos o pico da chuva de meteoros, observemos outro fenômeno fascinante. A luta humana para criar luz própria, mesmo quando suas ferramentas falham. Vejam a intensidade. A busca por beleza é universal, seja no vácuo do espaço ou no asfalto de uma pista de dança.”
No bar, alguém apontou para uma tela secundária mostrando a stream de Dario. Jace viu a si mesmo, visto do céu. Viu seus próprios olhos, cheios de uma determinação que a raiva havia mascarado. E ouviu as palavras do astro-streamer. Elas não eram de crítica. Eram de… *tradução*.
Fascinado, Jace pegou um microfone sem fio. Em vez de falar com seu público, ele falou para a câmera de segurança, sabendo que Dario o ouvia. “E aí, Astronauta. Se você entende tanto de beleza… qual é a coreografia de uma chuva de meteoros? É lenta? É caótica? Preciso saber.”
Houve um silêncio na transmissão de Dario. Então, sua voz voltou, agora com um fio de desafio e curiosidade. “Desligue suas luzes. Todas. Por cinco minutos. E eu lhe mostrarei.”
Jace, contra todo o senso comercial, olhou para o dono da boate e fez um pedido insano. Milagrosamente, ele aceitou. O StarrGaze mergulhou na escuridão e no silêncio. Apenas a tela da stream de Dario, agora projetada em uma parede, brilhava.
E então, Dario fez a transmissão de sua vida. Guiou os olhos de todos – dos seus fãs e dos frequentistas da boate – para os traços de luz que riscavam o céu. Descreveu sua velocidade, sua direção, seu brilho fugaz não como dados astronômicos, mas como *movimento*. “Veem aquele? Um *grand jeté*… agora uma série de *pirouettes* rápidos… essa é uma queda livre lenta, dramática…”
Jace, na pista escura, olhava para o céu e para a tela. Ele começou a se mover. Sem música, apenas com a voz de Dario como partitura. Seu corpo interpretou os meteoros. Foi a performance mais pura e visceral de sua vida.
Quando as luzes da boate voltaram, havia um novo tipo de magia no ar. O público estava em silêncio, então explodiu em aplausos. Na tela, Dario sorria, genuinamente, algo que seus espectadores nunca tinham visto. “E essa,” ele sussurrou para o microfone, “foi a verdadeira colaboração cósmica.”
Mais tarde, na calçada vazia entre os dois mundos, eles se encontraram. Jace, ainda com o brilho do corpo, Dario com o cheiro da noite fria.
— “Você roubou meu espetáculo, DarioXity,” disse Jace, sem rancor.
— “Você deu um corpo às minhas estrelas, Jace Starr,” respondeu Dario.
O beijo foi o encontro de duas órbitas que há muito se atraíam. Sabia a café gelado e energia, a poeira estelar e suor. Foi o eclipse perfeito.
Agora, as transmissões de **DarioXity** têm um novo segmento: “Coreografias Cósmicas”. Às vezes, ele foca o telescópio em um único ponto na Terra: a janela do apartamento de Jace, onde o dançarino, sob a luz de uma lâmpada, pratica movimentos que um dia serão dedicados a uma nebulosa ou a um planeta distante. E no **StarrGaze**, há noites em que as luzes se apagam, e apenas as estrelas e a voz de um astronauta-doméstico guiam a dança.
Eles aprenderam que o amor, como o universo, está em constante expansão. E que às vezes, o olhar mais profundo para as estrelas começa com o reflexo delas nos olhos de alguém na Terra.




