Julian Barboza, Braden Sherota, and Brandon Cardoso finger each other during a jerk session

O vento soprava frio nas ruas de Lisboa, mas Julian Barboza não sentia. Dentro do pequeno ateliê de restauro de livros, o mundo reduzia-se ao cheiro de papel envelhecido, cola e à delicada textura de uma lombada do século XIX que ele recuperava com dedicação quase religiosa. Seus dedos, habilidosos e pacientes, trabalhavam com uma precisão que era sua segunda natureza.
A campainha da porta tilintou, anunciando a entrada de alguém. Julian ergueu os olhos, ajustando os óculos. Dois homens entraram, trazendo consigo uma onda de energia contrastante. O primeiro, Brandon Cardoso, era um turbilhão de entusiasmo. Cabelos escuros despenteados, sorriso largo e um casaco de brim que parecia ter vivido mil aventuras.
“Olá! Você é o Julian?” disse Brandon, estendendo a mão com uma energia que quase fez tremer o potinho de cola. “O Sr. Costa da livraria antiquária nos indicou. Precisamos da sua ajuda!”
Por trás dele, entrou o segundo homem. E foi como se o tempo desacelerasse para Julian. Braden Sherota era a calma personificada. Alto, de ombros largos, cabelo castanho claro e olhos de um azul tranquilo que pareciam observar e compreender tudo ao mesmo tempo. Ele carregava uma caixa de madeira desgastada com um cuidado que denotava reverência.