Josh Moore and Kurtis Wolfe fuck

A livraria “O Velho Carvalho” era um labirinto de histórias empoeiradas, e Josh Moore era seu guardião. Um bibliotecário de óculos de aro fino e suéteres de lã, cuja vida era organizada pelo sistema decimal de Dewey e pelo silêncio reverente. Ele acreditava que cada livro tinha seu lugar, e cada pessoa também.
Kurtis Wolfe era uma interrogação andante. Um escritor de verdadeiros crimes que se mudou para o apartamento acima da livraria, ele era uma tempestade de cadernos rabiscados, xícaras de café frio e o som constante de uma máquina de escrever antiga ecoando no teto de Josh às 3 da manhã. Seu mundo era de factos sombrios, teorias de conspiração e uma desordem criativa que fazia Josh estremecer.
O primeiro encontro foi um desastre. Kurtis entrou na livraria como um furacão, procurando por um livro obscuro sobre um caso criminal dos anos 70. Ele espalhou uma pilha de livros perfeitamente organizada com a manga do seu casal de couro.
“Desculpe,” Josh disse, sua voz um sussurro tenso enquanto se ajoelhava para reorganizar os volumes. “Nós tendemos a manter as coisas em ordem aqui.”
Kurtis olhou para ele, um sorriso irreverente no rosto. “A ordem é superestimada. É no caos que se encontram as melhores pistas.”
Josh olhou para cima, vendo pela primeira vez os olhos verdes intensos de Kurtis, a inquietação que parecia irradiar dele. Era tudo o que Josh não era.
Kurtis começou a aparecer todos os dias. Ele fazia perguntas que desafiavam o sistema de arquivo de Josh, sentava-se no chão entre as estantes e lia em voz alta passagens macabras, perturbando a tranquilidade do lugar. Josh ficava exasperado. E intrigado.
Um dia, a máquina de escrever de Kurtis calou-se. Josh, estranhamente incomodado pelo silêncio, pegou uma caneca de chá de camomila – a mais calmante que tinha – e subiu as escadas para o apartamento dele.
A porta estava entreaberta. Kurtis estava sentado no chão, cercado por papéis, com uma expressão de derrota absoluta.
“O assassino não faz sentido,” ele murmurou, sem olhar para cima. “Nenhuma das pistas se encaixa.”
Josh, movido por um impulso que não entendia, entrou. Ele olhou para o mural caótico de Kurtis, cheio de fotos e fios vermelhos. E então, viu. Um detalhe que não pertencia.