Joey Mills fucks a fit twink

Joey Mills acreditava em fatos. Era editor de ciência de uma revista digital, e seu mundo era feito de dados verificáveis, gráficos precisos e um saudável ceticismo em relação a tudo que não pudesse ser medido ou replicado. Ele via o mundo através de lentes de clareza, não de poesia.
Seu apartamento refletia isso: linhas limpas, livros organizados por assunto, e um silêncio que era menos solidão e mais escolha.
A poesia, no entanto, batizou em sua vida na forma de Leo, o novo cartunista contratado para ilustrar a coluna de ecologia. Leo era um furacão de canetas-tinteiro, cadernos desgastados e metáforas estranhas. Ele via “um protesto de cores no pôr do sol” onde Joey via apenas um fenômeno de dispersão da luz. Para Leo, as nuvens tinham personalidade e as árvores do parque cochichavam segredos.
“Isso é um antropomorfismo cientificamente infundado”, Joey corrigia, apontando para um esboço onde raízes se entrelaçavam como mãos.
“É verdade”, Leo retrucava, sem levantar os olhos do papel. “Mas é belo. E a beleza também é um dado, só que um pouco mais bagunçado.”




