Jimmie Ackerman and Ayden Mallory fuck

O mundo de Jimmie Ackerman era feito de ordem e silêncio. Sua livraria, “O Pássaro de Papel”, era um labirinto tranquilo de estantes de carvalho e o cheiro reconfortante de papel envelhecido. Cada livro tinha seu lugar, cada dia sua rotina. Ayden Mallory era o oposto de um siquieto; era uma tempestade de riso alto, tinta nas mãos e ideias malucas. Ele havia alugado o apartamento acima da livraria e transformado o lugar em seu estúdio, de onde tintas e música baixa vazavam pelo prédio antigo.
O primeiro encontro foi um desastre. Uma tinta azul escorreu do assoalho de Ayden, pingando diretamente sobre uma primeira edição rara que Jimmie restaurava com cuidado cirúrgico. Jimmie subiu as escadas, pronto para uma guerra, seu rosto um quadro de pura exasperação.
Ayden abriu a porta, coberto de manchas coloridas, com um sorriso desarmante e sem um pingo de remorso. “É só tinta!”, ele riu, “Significa que algo novo está sendo criado!”
Jimmie ficou furioso. E fascinado.
Aos poucos, a ordem meticulosa de Jimmie começou a ceder. Ayden descia com xícaras de chá exóticas e perguntas absurdas sobre os personagens dos livros. Ele arrastou Jimmie para feiras de rua barulhentas, para ver filmes estrangeiros que não faziam sentido e para dançar sob a chuva fina de uma noite de terça-feira.
Jimmie, em retribuição, começou a deixar livros na porta de Ayden. Um de poesia, para descrever a cor dos seus olhos. Outro de contos de fadas, para lembrá-lo de que algumas magias são reais. Ele ensinou a Ayden o silêncio confortável que existe entre duas pessoas que não precisam falar.
Uma tarde, Jimmie encontrou Ayden pintando uma tela imensa no meio da livraria. Era um retrato dele, Jimmie, não o dono sério da livraria, mas o homem que riu até chorar e que dançou sob a chuva. No fundo, em vez de estantes, havia asas de pássaro feitas de páginas de livros.
“Você me mostrou como viver dentro das histórias,” Ayden explicou, os olhos brilhando. “Eu só queria te mostrar que você pode voar também.”
Naquele momento, Jimmie Ackerman percebeu que o amor de Ayden não era uma tempestade que destrói, mas a chuva que faz um jardim crescer no terreno mais árido. E ele, pela primeira vez, sentiu suas próprias asas de papel se abrirem.