O mundo de Elara era silencioso. Não por falta de som, mas por excesso de barulho interior. Ela era uma restauradora de livros, e sua vida era passada entre a poeira dos séculos e o cheiro suave do papel envelhecido. Ela consertava histórias, mas havia esquecido como viver a sua própria.
Tudo mudou numa tarde de outono, quando a campainha da pequena livraria antiquária tilintou. O homem que entrou não combinava com a atmosfera do lugar. Ele trazia consigo o cheiro do asfalto molhado e do vento, vestindo uma jaqueta de couro e botas gastas. Seus olhos eram da cor de um céu tempestuoso, e seu nome era Jett Wayne.
Jett não procurava por primeira edições raras ou ilustrações delicadas. Ele procurava um mapa.
“Um mapa para um lugar que não existe mais”, ele disse, sua voz um ruído baixo e áspero que fez Elara erguer os olhos de seu trabalho.
