Jerking off while using my toys – Casey (caseyonly3x) – treysphotostudio

O apartamento 3B do prédio Amarelo, na Rua das Acácias, era conhecido por dois motivos: pelo cheiro constante de tinta a óleo e solvente, e pelo silêncio quase absoluto que dele emanava. Seu único habitante era Casey.

Casey não usava mais o nome completo. Para o mundo digital, onde passava a maior parte de seus dias e noites, era caseyonly3x. Um nome de usuário que surgira de um erro de digitação anos atrás (“only” no lugar de “online”, e o “3x” de um código interno esquecido) e que grudara. Era seu cartão de visitas, sua assinatura, sua gaiola.

Seu trabalho era peculiar: ele era um “Finalizador de Ambientes” para uma empresa de realidade virtual de luxo. Enquanto os grandes artistas criavam os mundos fantásticos – florestas bioluminescentes, metrópoles cyberpunk, castelos flutuantes –, Casey era chamado para o toque final. Seu dom era a imperfeição crucial. Ele inseria o pixel desalinhado no tapete perfeito, o reflexo levemente distorcido na armadura do cavaleiro, o sussurro de estática quase inaudível no vento digital. Era ele quem fazia os mundos irreais parecerem habitáveis, críveis. A perfeição, ele sabia, era suspeita. A vida tinha grãos, falhas, ruídos.

Na vida real, no entanto, Casey aplicava a filosofia oposta. Sua existência no apartamento 3B era um exercício de contenção e controle. Cada livro na estante tinha seu lugar exato. As latas de tinta (para seus raros hobbies analógicos) eram organizadas por código Pantone. O silêncio era sua trilha sonora preferida, quebrada apenas pelo zumbido baixo dos servidores e o clique suave de suas ferramentas de trabalho em telas sensíveis ao toque.

Ele vivia em um loop. Acordar, trabalhar, finalizar mundos, dormir. O username caseyonly3x era sua única interação social significativa – em fóruns de arte glitch, em chats de desenvolvedores, sempre sobre o trabalho, sempre sobre a beleza do erro controlado.

O equilíbrio claudicante de Casey rachou com um arquivo corrompido.