Jerking off in the bathroom before a shower – Barney (deletablepurple)

Por trás do usuário **@deletablepurple** estava **Barney**, um arquivista digital cujo mundo era feito de bytes e backups. Ele passava seus dias preservando memórias alheias em servidores, sempre com um pé atrás sobre a permanência de qualquer coisa—afinal, tudo online pode ser apagado. Seu username era tanto uma piada quanto um lembrete dessa fragilidade. Sua vida era organizada, limpa e um pouco solitária.
Tudo mudou quando ele conheceu **Clara**.
Clara era o oposto do “deletable”. Ela era uma escultora que trabalhava com concreto e aço. Suas obras eram pesadas, permanentes e feitas para resistir ao tempo e às intempéries. Ela não acreditava em backups, apenas na matéria sólida sob suas mãos.
Eles se encontraram no arquivo municipal, onde Barney digitalizava documentos antigos e Clara pesquisava projetos de esculturas públicas para um edifício histórico.
— Você está preservando isso tudo? — Clara perguntou, observando Barney escanear uma ata amarelada.
— Tentando — ele respondeu, sem levantar os olhos do scanner. — Mas um dia o servidor pode pifar, o formato pode ficar obsoleto…
— Nada é para sempre, não é? — ela completou, com um sorriso que parecia desafiar essa ideia.
Barney finalmente olhou para ela—para suas mãos calejadas, seu jeans manchado de tinta—e sentiu uma curiosidade imediata por alguém que criava coisas tão… *físicas*.
Clara o convidou para visitar seu estúdio. Era um caos de ferramentas, esboços e obras inacabadas. O ar cheirava a metal e poeira. Barney, acostumado à limpeza estéril do digital, sentiu-se simultaneamente desconfortável e fascinado.
— Isso aqui — Clara disse, batendo com os nós dos dedos em uma escultura de aço — vai estar aqui daqui a cem anos. Pode enferrujar, mas não vai ser *deletado*.
Aquilo mexeu com algo profundo em Barney. Ele, que passava a vida garantindo que nada se perdesse, nunca havia criado algo que realmente *existisse*.
O amor não foi um furacão, mas uma construção lenta e sólida. Barney começou a passar mais tempo no estúdio, primeiro apenas observando, depois ajudando—segurando vigas, lixando superfícies. Ele aprendeu a sujar as mãos. Clara, por sua vez, começou a apreciar a delicadeza do trabalho de Barney, a maneira meticulosa como ele organizava as coisas.
Um dia, Barney chegou ao estúdio carregando uma pequena caixa.
— É para você — ele disse para Clara.
Dentro da caixa, havia uma escultura minúscula—uma rosa feita de fios de cobre e resina, frágil e complexa.
— Eu fiz — Barney explicou, corando. — Não é um backup. É um original.
Clara segurou a rosa com uma reverência que ela normalmente reservava para suas obras monumentais.
— É linda, Barney. É a coisa mais permanente que você já fez.
E naquele momento, **Barney** entendeu. Com Clara, ele não era mais **@deletablepurple**. Ele era um artista, um amante, um criador de coisas reais. E o amor que eles estavam construindo juntos era a única coisa que ele nunca, jamais, queria dar “Ctrl+Z”.




