Jeriko Leon (leonjeko) breeds another twink hole
Jeriko Leon não tinha medo do escuro. Ele era o escuro. Como segurança noturno do antiquíssimo “Mercado das Sombras”, um bazar coberto que só abria após o pôr do sol, ele conhecia cada corredor silencioso, cada vulto criado pelas lamparinas, cada sombra que se mexia. Sua vida era um ritmo calmo e solitário, pontuado pelo tique-taque do relógio de parede e pelos passos dos poucos clientes notívagos.
Tudo mudou na noite em que a luz entrou.
Seu nome era Amara, e ela chegou como um incêndio de cor e movimento. Uma pesquisadora de arte folclórica, ela estava obcecada por um mito local: uma máscara de teatro perdida, esculpida por um artesão que, diziam, capturava sonhos em madeira. E o último rastro levava àquele mercado.
Jeriko, acostumado a guardar segredos mais do que objetos, observou-a de longe. Ela era tudo que ele não era: falante, impulsiva, brilhante. Perguntava aos vendedores com uma intensidade que os desarmava, tocava nas peças com uma reverência que não era de colecionador, mas de alguém que buscava uma alma gêmea perdida. Ele a achava barulhenta, invasiva… e irresistivelmente magnética.
Uma noite, um vendedor menos honesto tentou enganá-la com uma falsificação. Foi Jeriko, da sombra de um arco, quem murmurou um único fato decisivo: “A madeira original veio de uma cerejeira que foi atingida por um raio. Tem uma veia carbonizada na nuca.” Amara girou, seus olhos encontrando os dele pela primeira vez no escuro. Não havia medo neles, apenas reconhecimento. Ele não era apenas um vigia; ele era a memória viva daquele lugar.




