Jason Luna e Rei Leonardi – Sexo com o mais puto da academia
O aroma de café torrado e baunilha preenchia a livraria “Oásis”, um pequeno refúgio encravado entre arranha-céus de concreto. Era o território de Jason Luna, um barista com a paciência de um ourives e os pulsos adornados com tatuagens de constelações desbotadas. Sua vida era uma rotina suave: acordar, moer grãos, servir histórias junto com o café e, às vezes, ler a sorte nos borrões de café no fundo da xícara. Ele previa pequenas coisas—uma carta inesperada, um dia chuvoso—mas não previu Rei Leonardi.
Rei não era um cliente comum. Ele entrava como uma tempestade, vestindo ternos caros que pareciam sussurrar de preço, e uma energia que fazia o ar vibrar. Era um astro do rock, um fenômeno cujos acordes de guitarra ecoavam em estádios lotados. Mas na “Oásis”, sob a luz suave dos abajures, ele era apenas um homem com olhos cansados e uma necessidade desesperada de silêncio.
A primeira vez que ele apareceu, pediu um “expresso duplo, algo forte o suficiente para ressuscitar os mortos”. Jason, sem levantar os olhos do grupo, respondeu: “Café forte só ressuscita pesadelos. Recomendo um flat white com cardamomo. Acalma a alma.”
Rei ficou surpreso. As pessoas geralmente se encolhiam diante dele, sussurravam, ou pediam selfies. Ninguém jamais lhe oferecera cardamomo. Intrigado, ele aceitou.
O ritual começou. Todas as tardes, entre ensaios e entrevistas, Rei aparecia na livraria. Ele não vinha pela cafeína; vinha pela calma. Observava Jason trabalhar—os movimentos precisos, a maneira como ele lembrava o nome de cada cliente, o modo suave como ele arrumava os livros desalinhados nas prateleiras.
Jason, por sua vez, descobriu o homem por trás do mito. Descobriu que Rei, cujo nome de batismo era Leonardo, colecionava edições raras de poesia japonesa e que sua música alta era uma tentativa de abafar o silêncio de uma infância solitária.
Uma tarde, uma tempestade se abateu sobre a cidade, transformando as ruas em rios. A livraria esvaziou, deixando apenas os dois e o som da chuva batendo nas vidraças. Rei estava encostado no balcão, folheando um livro de haikus.
“Este me lembra você,” disse ele, sua voz mais suave que o habitual. Ele leu: “*Sem fazer nada / a primavera chega / e a grama cresce sozinha.*”
Jason corou, limpando a mesma xícara pela terceira vez. “Isso é elogio? Me comparando com a grama?”
“É sobre a beleza das coisas que crescem naturalmente, sem força,” Rei explicou, seus olhos sérios fixos em Jason. “Como a paz que sinto aqui. Como você.”
Naquele momento, o mundo exterior—os flashes, os fãs, a fama—desapareceu. Havia apenas o cheiro de livros molhados, o sussurro da chuva e o espaço diminuto entre suas mãos no balcão de mogno.
Jason finalmente olhou para ele. “E o que o seu café prevê para você hoje?”
Rei pegou a xícara que Jason tinha acabado de lavar e colocou de volta no pires. “Leia para mim.”
Não havia borrões, apenas a porcelana branca e imaculada. Jason sorriu, um sorriso pequeno e raro que chegou aos seus olhos.
“Xícaras limpas não contam fortunas,” disse ele. “Elas significam novos começos.”
Rei estendeu a mão através do balcão, sua mão—acostumada a agredir cordas de guitarra—encontrando a de Jason com uma suavidade que fez o coração de ambos acelerarem. Seus dedos se entrelaçaram, as linhas prateadas das tatuagens de Jason encontrando as cicatrizes e calos de Rei.
“Um novo começo,” Rei repetiu, a palavra soando estranha e maravilhosa em sua boca. “Eu gosto disso.”
Do lado de fora, a tempestade começou a passar. Um raio de sol fraco atravessou a vitrine, iluminando o vapor que subia de uma chaleira esquecida. Naquele cantinho silencioso do mundo, entre estantes de histórias alheias, Jason Luna e Rei Leonardi começaram a escrever a deles.




