Intimate Fuck with Sir – Sir Peter, The Wolf Project
A vida de **Sir Peter** era um estudo em tons de cinza. Herdara uma mansão cheia de retratos de ancestrais de semblante carrancudo, um título que pesava mais do que honrava, e uma solidão que ecoava pelos corredores vazios como um fantasma. Os seus dias eram governados por ritual, dever e um silêncio profundo, apenas quebrado pelo tique-taque do grande relógio de pêndulo da entrada.
Tudo mudou quando **The Wolf Project** se mudou para a propriedade ao lado.
O que antes eram estábulos silenciosos transformou-se num centro de resgate de vida selvagem, trazendo consigo um caos de uivos, latidos e vozes apaixonadas. Arame farpado foi substituído por cercados amplos, e o ar, outrora imóvel, encheu-se do cheiro a terra molhada e a esperança. Sir Peter observava, com uma irritação mista de fascínio, da sua biblioteca.
A líder do projeto era uma mulher chamada apenas de **Elara**. Cabelo preso num rabo-de-cavalo desleixado, mãos fortes que podiam confortar um lobo ferido ou levantar uma cerca, e olhos que brilhavam com um fogo que os retratos de Sir Peter nunca tiveram. Ela era a força vital do lugar, a alma do Wolf Project.
O primeiro contacto foi um conflito. Um dos lobos mais jovens, um cinzento chamado Loki, escalou uma árvore e saltou para os jardins imaculados de Sir Peter.
Elara apareceu à sua porta, sem fôlego, os jeans sujos de lama.
— Senhor, imensas desculpas. O Loki é um pouco… aventureiro.
Sir Peter, de robe, encarou-a com frieza.
— Isto é uma propriedade privada, não um parque de diversões para predadores.
— Ele não é um predador, é um adolescente — ela retorquiu, os seus olhos a desafiá-lo. — E ele tem medo de si, provavelmente, mais do que o senhor dele.
Algo naquela resposta, na sua honestidade desarmante, amoleceu a rigidez de Sir Peter. Ele permitiu que ela resgatasse o lobo, observando a forma suave mas firme como ela guiou o animal assustado de volta para a segurança.
A partir daí, uma trégua frágil foi estabelecida. Sir Peter começou a deixar sacos de legumes velhos para os herbívoros do santuário. Elara, em troca, começou a deixar-lhe pacotes de vegetais frescos da sua horta. Ele via-a a trabalhar, a sua força e ternura uma combinação que o hipnotizava. Ela via-o a observá-la, e começou a perceber que a sua frieza não era arrogância, mas sim uma casca, dura como o gelo à volta de um coração solitário.
A atração era como o degelo da primavera — lenta, inevitável, e trazendo uma nova vida a um solo que se julgava estéril.
A viragem aconteceu quando um incêndio florestal ameaçou a região. As chamas aproximavam-se perigosamente do Wolf Project. A equipe de Elara estava em pânico, a tentar evacuar os animais. Sir Peter, vendo o fumo do seu terraço, não pensou duas vezes. Apareceu com o seu jipe antigo e o seu reboque.
— Para onde precisam de os levar? — perguntou, de forma prática.
Ele trabalhou ao lado deles durante horas, sujando as suas mãos imaculadas, carregando gaiolas, ignorando o calor e o fumo. Quando o perigo passou, ele estava sentado nos degraus do seu próprio celeiro, agora cheio de criaturas ressonantes, com Elara ao seu lado.
— Porquê? — perguntou ela, a sua voz rouca de fadiga e emoção. — Porque fez isto?
Sir Peter olhou para as suas mãos sujas, depois para ela. A sua máscara de frieza tinha desaparecido completamente.
— Porque já não consigo imaginar estes jardins sem o som dos teus lobos — confessou, a sua voz um sussurro áspero. — E porque já não consigo imaginar a minha vida sem o teu barulho.
Elara pegou na sua mão suja, entrelaçando os seus dedos com os dele. O uivo de um lobo ecoou na noite, mas soou diferente. Já não era um som de solidão, mas um canto para um novo pacto.
Sir Peter, o homem do silêncio, tinha encontrado a sua matilha. E The Wolf Project tinha encontrado, inesperadamente, um lar no último lugar onde alguém procuraria — atrás dos portões de ferro de um coração que pensava estar fechado para sempre.




