HungSkater fucks Jay Mathew
						O skate park era o reino de HungSkater. À noite, sob a luz amarelada dos postes, ele deslizava sobre o concreto como uma sombra, um fantasma sobre quatro rodas. Seus movimentos eram pura poesia gravitacional, um balé de impulsos, giros e aterrissagens precisas. A cidade dormia, mas ele estava acordado, vivendo no ritmo das rodinhas no asfalto.
Foi em uma dessas noites que ele viu Jay Mathew.
Jay não era um skatista. Era um observador. Sentava-se no mesmo banco, sempre com um caderno de esboços no colo e um lápis dançando entre seus dedos. No início, HungSkater estranhou a presença silenciosa. Sentia-se observado, como um animal em cativeiro. Mas, com o tempo, percebeu que o olhar de Jay não era de julgamento, era de admiração. Era um olhar que tentava capturar não apenas o movimento, mas a alma por trás dele.
Uma noite, a roda dianteira do skate de HungSkater travou em uma manobra ousada no *half-pipe*. Ele caiu feio, deslizando por alguns metros até parar de bruços. O som do impacto ecoou no silêncio.
Antes mesmo que ele pudesse se levantar, Jay estava ao seu lado.
“Está bem?” A voz de Jay era mais suave do que HungSkater imaginara.
“Tudo joia. Só o ego machucado”, ele respondeu, tentando disfarçar a dor no cotovelo.
Jay não disse nada. Apenas estendeu a mão. HungSkater hesitou por um segundo, então aceitou o auxílio. Ao tocar a mão de Jay, sentiu uma corrente estranha, um calor que não vinha do concreto ainda quente do dia.
A partir daquela noite, uma palavra silenciosa se transformou em conversas. HungSkater descobriu que Jay era estudante de arquitetura. Os cadernos não eram apenas diários de observação; eram estudos de movimento, estrutura e linha. Jay desenhava os arcos que HungSkater criava no ar, as curvas do park, a tensão muscular antes de um salto.
“Você desenha o vento”, disse HungSkater uma vez, olhando sobre o ombro de Jay.
“Eu desenho você”, Jay corrigiu, com um sorriso tímido. “O vento não tem sua coragem.”
HungSkater, cujo nome real era apenas “Hung” para muito poucos, sentiu-se visto pela primeira vez. As pessoas viam o skatista, o rebelde, o artista de rua. Jay via o menino que tinha medo de falhar, que praticava um movimento cem vezes até sair perfeito, que encontrava naqueles riscos no concreto uma forma de se expressar quando as palavras falhavam.
Em troca, Hung mostrou a Jay o mundo além das linhas no papel. Ensinou-o a sentir a textura do concreto através das rodas, a entender o silêncio elétrico antes de um *ollie*, a liberdade vertiginosa de voar, mesmo que por meio segundo.
O amor não foi um evento dramático. Foi um deslizar suave, como uma manobra perfeita. Foi nas garrafas de água compartilhadas, nos risos abafados no meio da noite, na maneira como os olhos de Jay brilhavam quando HungSkater conseguia uma manobra nova, e no modo como a mão de Hung encontrava a de Jay no banco, quando pensavam que ninguém estava olhando.
Uma noite, Jay chegou ao park com o caderno fechado. Em vez de desenhar, estendeu a mão para HungSkater.
“Vem. Hoje eu quero sentir, não só observar.”
HungSkater sorriu, aquele sorriso raro que reservava apenas para Jay. Colocou Jay em cima do skate, ficando atrás dele, segurando sua cintura enquanto os dois deslizavam lentamente pelo *half-pipe*. Não havia manobras ousadas, apenas o balanço suave, um ritmo compartilhado. O coração de Jay batia forte contra as costas de Hung, e pela primeira vez, ele não estava desenhando o movimento; ele *era* o movimento.
No topo da curva, pararam. A cidade abaixo deles era um tapete de luzes. HungSkater olhou para Jay, cujo rosto estava iluminado pela lua e pela euforia.
“Jay Mathew”, ele sussurrou, o nome soando estranho e familiar em sua boca, como uma manobra que ele finalmente dominou.
				



