HungSkater and Lexatahl fuck

O asfalto da rampa do Quebrada Skate Park ainda estava úmido da chuva da manhã, refletindo as luzes de néon do posto de gasolina do outro lado da rua. Para HungSkater, aquela superfície ligeiramente perigosa era um convite. Ele ajustou as alças do seu colete salva-vidas desgastado — seu amuleto de sorte — e entrou no half-pipe.

Seus movimentos eram pura geometria agressiva: um “kickflip” que parecia desafiar a gravidade, um “grind” que soltava uma cortina de fagulhas da ferrugem no corrimão. Ele não andava de skate; ele conversava com o concreto em um idioma de madeira e rodas.

Do outro lado da cerca, Lexatahl observava. Ela era uma antítese em movimento. Enquanto ele era ângulos e adrenalina, ela era fluxo e melodia. Com fones de ouvido enormes, seus dedos deslizavam sobre a tela de um tablet, manipulando ondas de som, criando paisagens sonoras a partir do ruído da cidade. O ranger das rodas no concreto era sua batida, o farfalhar dos pinheiros, sua melodia.

Ela estava lá coletando sons, mas seu gravador capturava, há semanas, muito mais do que isso. Capturava a respiração ofegante de HungSkater após uma manobra particularmente difícil, o som abafado de seus risos quando ele caía e se levantava imediatamente.

Naquele dia, ele caiu de verdade. Um “heelflip” ambicioso saiu errado e ele aterrissou com um baque surpreendentemente silencioso, segurando o pulso.

Lexatahl agiu antes de pensar. Pulou a baixa cerca, correu até ele e aterrissou de joelhos no asfalto molhado.
— Você tá bem?