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HUGE UKRAINIAN Inche breeds BRITISH CHAV

O ônibus 73 era um microcosmo do leste de Londres, um caldeirão de sons, cheiros e realidades que se espremiam num espaço abafado. Foi nele que o universo decidiu colidir dois mundos opostos.

Do lado esquerdo do corredor, ocupando dois assentos com uma presença que desafiava a física, estava Igor. Todos no ônibus o conheciam, mesmo sem saber seu nome. Ele era apenas “HUGE UKRAINIAN”. Carregador no mercado de Billingsgate, suas mãos eram como presuntos, seu torso um barril, e sua expressão, sob uma testa proeminente, era permanentemente de quem carregava o peso de uma nação nos ombros. Era silêncio e granito.

Do lado direito, vibrando com a energia de uma usina nuclear de baixo custo, estava Liam. “BRITISH CHAV” era uma definição precisa. Boné Nike tombado para trás, calças track suit com a perima justa no tornozelo, corrente prateada reluzente e um celular de onde ecoava um grime estridente. Seu verbo era rápido, suas gírias eram uma língua estrangeira e sua postura era uma declaração de confiança que beirava a provocação.

O ônibus deu uma guinada brusca. Liam, distraído mandando um áudio, perdeu o equilíbrio e foi lançado contra o corredor, direto para o assento de Igor. A lata de Monster Energy que ele carregava voou e explodiu contra o peito imenso do ucraniano, banhando seu colete de trabalho com um líquido âmbar e gasoso.

O ar parou. Todos esperavam a erupção do vulcão. Liam se recompôs, olhou para a mancha e depois para a cara de pedra de Igor, que se erguia lentamente, preenchendo todo o espaço visual disponível.

“Ei, chefe, foi mal, foi mal, meu sangue!” disse Liam, sua voz um misto de ansiedade e tentativa de soar descolado. “Foi o bus, nem vi, puro acidente, mano!”

Igor olhou para a mancha no peito. Depois olhou para o rosto magro e ansioso de Liam. Seus olhos, pequenos e claros, não piscaram. Ele levantou uma mão do tamanho de uma pá. Liam instintivamente se encolheu, esperando o pior.

A mão desceu… e pegou suavemente o boné de Liam, que tinha caído no chão. Igor o examinou, tirou um pouco de poeira e o estendeu de volta.

“É preciso… ter cuidado,” disse Igor, sua voz um baixo profundo com um pesado sotaque eslavo, cada palavra saindo como uma pedra rolada. “Piso… escorregadio.”

Liam, atordoado, pegou o boné. “Sim, chefe. Claro. Puro escorregão. Eu… eu pago a lavagem, tranquilo?”

Igor quase sorriu. Quase. Um pequeno tremor no canto dos lábios. “Não é necessário. Já está sujo.”

E foi aquela quase-risada, aquele lampejo de humanidade sob a fachada de montanha, que fez Liam congelar. Ele não viu mais o imigrante grande e assustador. Viu um homem cansado, com um humor seco e um jeito peculiar.

“Pelo menos deixa eu te pagar um café,” insistiu Liam, sua verve usual substituída por uma insistência genuína. “Tem um logo ali na esquina. Pra compensar a Monster.”

Igor olhou para ele por um longo momento. O ônibus parou no ponto. Ele assentiu, uma única vez, com a cabeça.

O café na esquina do mercado foi o primeiro de muitos. Liam, o “CHAV”, descobriu que Igor, o “HUGE UKRAINIAN”, tinha uma família longe, que ele escrevia poemas em ucraniano que nunca mostrara a ninguém e que sua força escondia uma saudade imensurável. Igor descobriu que Liam, por trás da fachada barulhenta, era incrivelmente leal, cuidava da avã doente e tinha uma inteligência prática afiada para consertar coisas.

O amor não foi um raio. Foi um degelo. Lento, gradual, transformando uma paisagem congelada em algo vivo. Foi nos cafés roubados antes do turno de Igor, nas lições de gírias que Liam dava e Igor repetia com uma seriedade cômica, no jeito como Igor consertou a fechadura da casa de Liam sem ser perguntado, e no jeito como Liam comprou um pote de *salo* (gordura de porco curada) para Igor, tentando fazer com que ele se sentisse em casa.

Uma noite, parados do lado de fora do mercado fechado, compartilhando um chocolate quente, Liam olhou para as mãos enormes de Igor segurando o copo descartável minúsculo.

“Ei, Igor…” ele começou, sua confiança de “chav” desaparecendo, deixando para trás apenas um rapaz vulnerável. “A gente… a gente é meio esquisito, né?”

Igor olhou para ele, seus olhos claros refletindo as luzes da cidade. Ele colocou o copo no capô de um carro e colocou sua mão enorme, áspera e marcada, no rosto de Liam. A touch was surprisingly gentle.

“Esquisito… não,” ele disse, cada palavra medida. “Diferente. Como… *varenyky* com molho de churrasco. Soa errado… mas funciona.”

Liam riu, um som genuíno e sem medo, e inclinou-se contra aquela mão. Dois universos diferentes, dois estereótipos andando de ônibus, tinham encontrado, no lugar mais improvável, um ponto comum: o calor silencioso de um chocolate compartilhado e a coragem de descobrir que o amor não tem sotaque, não tem código postal e, definitivamente, não tem tamanho.

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