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House Rules Chapter 5 – Darien Valentino and Ty Roderick

O ateliê de Darien Valentino cheirava a terebintina e a quietude. Era um santuário de pincéis impecáveis, telas brancas e a geometria precisa das naturezas-mortas que ele pintava. Cada maçã, cada jarro, era um estudo sobre controle, luz e a beleza do que estava eternamente parado. Seu mundo era silencioso, previsível e seguro.

Até o dia em que o caos se mudou para o apartamento ao lado.

Através da fina parede, começou a vir o som. Primeiro, foi o baque ritmado de passos, depois o arranhar de um violino tentando encontrar uma melodia, e por fim, uma voz. Uma voz masculina, rica, quente e desafiadoramente desafinada, que cantava fragmentos de ópera, soul e samba no mesmo fôlego. O nome do caos, ele descobriu pela caixa de correio, era Ty Roderick.

Ty era coreógrafo, e seu apartamento era seu estúdio. Ele não vivia em silêncio; vivia em ritmo. Darien tentou ignorar. Colocou fones de ouvido, focou nas sombras perfeitas de um pêssego. Mas algo naquela energia bruta e não filtrada começou a minar sua concentração. Ele se pegava parado, pincel no ar, ouvindo os passos de dança de Ty, imaginando o corpo que os produzia.

O primeiro encontro foi no corredor. Ty, suado e com uma camiseta manchada de tinta, carregava uma pilha de discos de vinil e esbarrou sem querer em Darien, que segurava uma tela recém-finalizada.

— “Puta merda! Desculpa!” — Ty agarrou a tela no ar, salvando-a de uma queda. Seus olhos, da cor do mel, percorreram a pintura minuciosa de uma pêra sobre um pano de damasco. — “Caralho. Isso é… perfeito. Parece que vai sair voando da tela a qualquer segundo.”

Darien, cujo coração batia forte mais pelo susto do que pela quase-queda, ficou sem palavras. Ninguém jamais dissera que suas frutas pareciam querer voar.

— “É só uma pêra,” ele respondeu, a voz soando mais áspera do que pretendia.

— “Nada é ‘só’ nada,” Ty retrucou, com um sorriso que parecia tomar todo o corredor. “Tudo tem movimento, mesmo o que parece parado. Essa pêra aí está cheia dele. Só está esperando.”

A declaração ecoou na mente de Darien por dias. Esperando o quê?

Ele começou a observar, não apenas ouvir. Viu Ty pela janela, praticando no pequeno terraço compartilhado, seu corpo uma linguagem de linhas fluídas e força contida. Era o oposto absoluto de suas composições estáticas. Era vida em seu estado mais bruto e belo.

O clímax veio numa noite quente de verão. O som da música de Ty parou de repente, substituído por um silêncio denso e inquietante. Darien, contra toda a sua lógica, sentiu uma pontada de preocupação. Pegou uma garrafa de vinho que tinha em casa — um gesto que não reconhecia em si mesmo — e bateu à porta do vizinho.

Ty abriu a porta. Ele parecia exausto, frustrado. O apartamento era um caos criativo de livros, tecidos e espelhos.

— “A pêra veio me visitar,” disse Ty, com um sorriso cansado.

— “O movimento parou?” perguntou Darien, entrando.

— “Travar. O inferno de qualquer artista.”

Darien colocou o vinho na mesa e olhou ao redor. Sua mão, acostumada a buscar a perfeição imóvel, levantou-se quase por vontade própria. Ele apontou para o centro da sala.

— “Talvez… o movimento esteja aqui. E você está tentando achá-lo lá.” Seu dedo traçou um eixo imaginário no ar. “O centro de gravidade da coreografia. Tudo parte daí.”

Ty olhou para onde Darien apontava, depois para o rosto sério e concentrado do pintor. Uma faísca de compreensão acendeu em seus olhos.

— “Me mostra,” ele pediu, simplesmente.

E Darien, que passara a vida imobilizando o mundo em telas, começou a mover-se. Com gestos lentos e precisos, ele desenhou no ar as linhas de força que via, os pontos de equilíbrio, a “composição” do espaço vazio. Ty começou a segui-lo, seus movimentos se tornando mais fluidos, mais intencionais. A dança renasceu, não do caos, mas de uma estrutura silenciosa que Darien oferecia.

Quando pararam, estavam no meio da sala, ofegantes, a centímetros de distância. O ar entre eles vibrava com uma nova energia, uma tensão criativa que se transformava em algo mais.

— “Você vê o mundo de um jeito que eu nunca vi,” sussurrou Ty, sua respiração quente tocando o rosto de Darien.

— “E você faz o meu mundo querer se mover,” Darien confessou, sua voz um fio de som.

O primeiro beijo foi como a fusão de seus universos: a precisão encontrou a paixão, o silêncio encontrou a música, a pêra perfeita finalmente se soltou do quadro. Não foi um furto, mas uma entrega.

Dali em diante, o ateliê de Darien nunca mais foi o mesmo. Telas brancas começaram a ganhar manchas de cores ousadas, esboços de um corpo em movimento nos cantos dos esboços. E o apartamento de Ty ganhou, pendurada na parede principal, uma pequena e perfeita pintura de uma pêra. Mas, se olhada de perto, notava-se um detalhe minúsculo: uma fenda quase imperceptível na casca, como se a fruta estivesse, de fato, a um segundo de se abrir e desabrochar.

Juntos, Darien Valentino e Ty Roderick descobriram que o amor era a arte suprema: era aprender a encontrar a dança perfeita no silêncio do outro, e a quietude eterna no centro do furacão.

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