Hotel Deluxe Fuck – Alex Brand, Gianni Gio

O estúdio de Gianni Gio cheirava a terebintina e a ambição. Cavaletes ocupavam cada centímetro de espaço, e as paredes estavam cobertas por esboços frenéticos e pinturas em camadas espessas de tinta. Gianni era um furacão de emoção, seus gestos largos e suas risadas ecoando entre as telas. Ele pintava como quem vive: com intensidade, desordem e uma beleza caótica.

Alex Brand era seu negociador de arte.

Enquanto Gianni criava mundos, Alex navegava no mundo real. Com ternos impecáveis e uma calma inabalável, ele era a ponte entre a genialidade tempestuosa de Gianni e o mercado de arte, frio e calculista. Alex transformava a paixão de Gianni em propostas, a emoção em contratos. Ele era o porto seguro onde o furacão de Gianni podia se esgotar.

“Eles não entendem, Alex!”, Gianni gritava, as mãos manchadas de azul ultramarino. “Eles querem algo bonitinho, decorativo. Minha arte é para sentir, não para combinar com o sofá!”

Alex nem sequer pestanejava. Colocava uma xícara de café fresco na mesa menos bagunçada e dizia, sua voz um contraponto sereno ao tom exasperado de Gianni: “Eles vão entender. Vou fazer com que entendam.”

E ele fazia. Com paciência e uma convicção silenciosa que era sua própria forma de arte, Alex abria portas. Ele não vendia quadros; vendia a visão de Gianni. E, no processo, começou a ser a única pessoa para quem Gianni baixava a guarda.

O amor não foi uma declaração, mas uma série de rendições. Estava no modo como Alex começou a aparecer no estúdio não apenas para ver o trabalho, mas para ver o trabalhador. Estava na forma como Gianni, pela primeira vez, limpou uma cadeira e guardou suas telas mais privadas quando Alex chegava.

Uma noite, depois de uma vernissage triunfante, encontraram-se sozinhos no estúdio, o silêncio tomando o lugar do burburinho dos colecionadores.
“Eles amaram”, disse Alex, afrouxando a gravata. Ele estava de pé diante de uma tela nova, uma peça visceral que Gianni se recusara a vender. Era um turbilhão de cores escuras cortado por uma única faixa de ouro.

Gianni aproximou-se, seu calor corporal uma presença familiar. “Eles amaram o que você lhes mostrou. Você… você emoldura a minha loucura e a torna palatável.”