HeightsHounds and Derek Allen fuck

A torre de apartamentos “The Pinnacle” era um espetáculo de vidro e aço, um símbolo da nova cidade. Mas para **Derek Allen**, zelador do 50º andar, o prédio era feito de vazamentos, lâmpadas queimadas e a solidão silenciosa de seus corredores vazios. Sua vida era uma rotina de consertos e silêncio.
Os **HeightsHounds** eram o oposto. Uma equipe de paraquedismo de prédios, um bando de corajosos anarquistas que via “The Pinnacle” não como um lar ou trabalho, mas como o pico perfeito para seus saltos ilegais. Eles eram sombras rápidas no telhado, risadas abafadas na escada de incêndio, o pesadelo de qualquer zelador.
Derek os caçava. Ele estudava os horários, os pontos cegos das câmeras. Uma noite, ele os encurralou no telhado. Quatro figuras de roupa preta, empacotando seus paraquedas.
“O jogo acabou,” Derek anunciou, os braços cruzados.
A líder do grupo, uma mulher com olhos cor de âmbar e cabelos presos sob um gorro, se aproximou. Seu codinome era **Raven**.
“Zelador Allen,” ela disse, sua voz um desafio suave. “Só estamos aproveitando a vista.”
“É proibido.”
“Tudo que vale a pena é,” ela retorceu com um sorriso.
Frustrado, Derek confiscou seu equipamento. Mas, ao segurar o tecido do paraquedas, sentiu uma textura de liberdade que seu mundo ordenado nunca lhe oferecera.
Nos dias seguintes, uma estranha coreografia começou. Derek sabia que eles voltariam. E ele estava lá. Mas, em vez de chamar a segurança, ele observava. Observava a maneira como eles verificavam o vento, a reverência com que tratavam seu equipamento, a pura e absoluta confiança que tinham uns nos outros.
Uma noite, Raven voltou sozinha. Sem equipamento.
“Por que você não nos entrega?” ela perguntou, genuinamente curiosa.
Derek limpava o parapeito. “Porque… eu entendo.”
Ele entendeu o chamado do vazio, a atração pelo perigo controlado, o desejo de tocar o céu. Ele contou a ela sobre seu avô, um piloto, e como ele mesmo tinha medo de voar, mas amava a sensação de estar perto das nuvens, mesmo que preso no chão.
Raven ouviu. E, naquela noite, ela não falou sobre saltos. Falou sobre a sensação de queda livre, de como era silencioso, de como o mundo se tornava pequeno e gerenciável.
Uma semana depois, um vazamento massivo no 48º andar ameaçou inundar os apartamentos de luxo. O sistema estava emperrado, a água subia. Derek, desesperado, lembrou-se das habilidades de escalada dos HeightsHounds.
Relutante, ele ligou para o número que Raven havia deixado riscado em um pedaço de papel.
Em menos de dez minutos, a equipe estava lá. Eles não questionaram, não hesitaram. Usando cordas e sua agidade, acessaram a tubulação inacessível pelo lado de fora do prédio, com Derek guiando-os por dentro via rádio. Foi um dueto perfeito entre a lei e a rebeldia, a ordem e o caos, consertando algo juntos.
O vazamento foi contido. De pé na varanda, encharcado e exausto, Derek olhou para Raven, que se balançava suavemente em sua corda, suspensa entre o céu e a cidade.
“Obrigado,” ele disse.
“Todo mundo precisa de uma boa equipe, zelador,” ela respondeu com um sorriso.
Derek pegou o equipamento de salto que havia confiscado e o estendeu para ela.
“Talvez… talvez na próxima vez, você me mostre a vista de verdade.”
Raven pegou o equipamento, seus dedos tocando os dele. O sorriso dela se tornou algo mais suave, mais quente.
“Combinado, Derek. É uma perspectiva que vale a pena o risco.”
E naquele momento, o zelador e a anarquista encontraram um terreno comum, não no chão seguro do saguão, mas na beira do impossível, prontos para saltar juntos.