Heath Halo and Chris Damned fuck
O inferno tinha um sistema de ventilação péssimo e cheirava a enxofre queimado e desespero velho. Chris Damned, de pé sobre uma rocha negra que pingava alcatrão, observava o rio de almas perdidas com um tédio milenar. Suas asas de couro estavam retalhadas nas pontas, lembrança de uma queda que ele mal conseguia recordar. Ser um anjo caído era, acima de tudo, monótono.
Foi quando o viu pela primeira vez: um clarão tão branco que doía nos olhos adaptados à penumbra perpétua. Heath Halo desceu não como uma flecha, mas como uma pluma, seus pés descalços pairando sobre a lava sem se queimar. Suas asas eram de luz pura, cada movimento deixando um rastro de partículas brilhantes que se dissolviam no ar pesado. Um arcanjo da guarda. No território do inimigo.
Chris rosnou, preparando-se para o ataque, para a batalha que finalmente quebraria a rotina. Mas Heath não sacou uma espada flamejante. Em vez disso, seus olhos, da cor do céu logo após o amanhecer, pousaram em Chris com uma curiosidade genuína, não com ódio.




