Harri Oakland breeds the sexy twink Aaron Wild

O som era a única coisa que importava para Harri. Na sua pequena sala nos fundos de uma loja de discos, ele passava horas mixando batidas, buscando a faixa perfeita que ninguém ainda tinha ouvido. Sua vida era um eco constante de baixo, bateria e sintetizadores, um universo isolado por fones de ouvido.

Uma noite, ele se aventurou além de sua toca para tocar em um clube pequeno e quase vazio. O set estava indo bem, a energia era boa, mas foi durante uma transição suave que ele a viu. Ela não estava dançando freneticamente, nem ao menos conversava. Ela estava parada no canto, de olhos fechados, sentindo a música. Seu rosto era um mapa de pura concentração, como se estivesse desmontando cada nota, cada camada de som que ele criava.

Seu nome era Oakland. Ela era escritora, e disse a ele depois do show que as músicas dele soavam como “histórias sem palavras”. Ela coletava sons da cidade – o chiado do bonde, a chuva no asfalto, fragmentos de conversas alheias – e os transformava em contos.

Harri, acostumado a elogios vazios sobre suas batidas, ficou fascinado. Oakland não ouvia como os outros. Ela escutava os vazios, os momentos de silêncio entre as notas onde a verdadeira emoção se escondia.

Ele começou a criar músicas para ela. Não as batidas energéticas para as pistas de dança, mas paisagens sonoras complexas e atmosféricas, cheias de texturas e nuances. Ela, por sua vez, escrevia pequenas histórias inspiradas por cada nova faixa que ele lhe enviava. Era uma conversa contínua, um idioma privado construído de som e palavra.

Uma tarde, ele a levou para seu estúdio. Com cuidado, colocou os fones de ouvido nela e apertou play em uma nova música. Era uma composição suave e melancólica, com o som distante de uma guitarra e o sample de uma voz suave que ele mesmo havia gravado.

Oakland ficou em silêncio até o final. Quando abriu os olhos, estavam cheios de lágrimas.

— É a história da gente — ela sussurrou. — É como me sinto quando estou com você.