Hard Fuck For The Submissive Bottom – Part II – Cuban_DY, Joadri Caraz
O estúdio de **Joadri Caraz** era um caos organizado. Telas gigantescas exibiam esboços de personagens fantásticos, monstros de muitos olhos e heróis de armaduras impossíveis. Ele era um conceituador digital, um dos mais brilhantes da indústria de games, mas sua vida real era em tons de cinza. Noites viradas, entregas apertadas e a solidão latejante da luz azul das telas.
Numa madrugada dessas, enquanto lutava contra um bloqueio criativo, um som invadiu seu apartamento silencioso. Vindo do prédio ao lado. Era música. Não qualquer música, mas uma batida cubana contagiante, um ritmo de piano que parecia falar de ruas quentes, de dança, de vida. Era **Cuban_DY**, seu novo vizinho, um produtor musical que transformava a noite em uma festa privada.
A princípio, Joadri ficou irritado. Precisava de silêncio. Precisava concentrar-se. Mas a música era hipnótica. Ele se pegava balançando o pé inconscientemente, os dedos batendo no tablet ao ritmo das congas. A raiva deu lugar à curiosidade.
Uma noite, a música parou subitamente no meio de um clímax. A quietude foi mais perturbadora que o som. Preocupado, Joadri, movido por um impulso que não entendeu, pegou uma garrafa de vinho e foi bater na porta ao lado.
Abrindo a porta, **Cuban_DY** — cujo nome real era Daniel — estava com os fones de ouvido, imerso em uma mixagem, o rosto iluminado pela tela cheia de ondas sonoras. Ele parecia tão perdido em seu mundo quanto Joadri costumava estar.
A conexão foi instantânea. Daniel, com seu sorriso fácil e energia solar, mostrou a Joadri seu pequeno estúdio caseiro. Joadri, por sua vez, mostrou suas criaturas digitais. O artista visual e o artista sonoro descobriram que falavam a mesma língua, a língua da criação.
Daniel começou a compor trilhas para os mundos que Joadri criava. Uma floresta encantada ganhava o som de flautas etéreas. Uma batalha épica era acompanhada por batidas dramáticas. Joadri, por sua vez, começou a desenhar inspirado nas músicas de Daniel. Uma salsa alegre virava um personagem dançarino e colorido.
O amor deles não foi um evento grandioso. Foi crescendo como uma melodia, nota por nota. Foi no café compartilhado às 3 da manhã, na pausa para um lanche, no olhar de cumplicidade quando uma ideia funcionava perfeitamente.
O ápice foi quando Joadri apresentou seu projeto mais ambicioso: um jogo sobre um deus do sol que perdeu sua luz. Ele mostrou o conceito visual, lindo e triste. Daniel olhou, pensativo, e depois sentou-se ao piano. Suas mãos percorreram o teclado e uma música começou a nascer — melancólica no início, mas com uma centelha de esperança que crescia, transformando-se em uma celebração triunfante da luz redescoberta.
Joadri ficou com os olhos marejados. Era exatamente o que ele sentia, mas não sabia expressar. Daniel havia traduzido sua alma em som.
Naquela noite, no estúdio de Daniel, cercados por telas e alto-falantes, eles não se beijaram sob o luar. Beijaram-se sob a luz azul de um *render* finalizado e o espectro de uma música perfeita, finalmente em sincronia. Dois artistas, dois mundos, uma única e bela criação a quatro mãos.




