Hanry OnlyJapa fucks Hariel Dias
O vento do outono dançava com as folhas secas no parque quando Hanry OnlyJapa a viu pela primeira vez. Ela estava sentada em seu banco de sempre, perto do velho carvalho, com um caderno de crochê sobre os joelhos e uma trouxa de lãs coloridas ao lado. Hanry, um músico de alma sensível e olhos que guardavam o cansaço de mil noites em claro, passava por ali todos os dias, mas naquele tarde algo era diferente.
Era a concentração dela. A forma como os dedos de Hariel Dias moviam-se com uma precisão ao mesmo tempo delicada e determinada, criando algo do nada, da simples linha. Ele, que construía mundos com acordes e melodias, sentiu uma afinidade imediata. Parou, sem cerimônia, a alguns passos de distância.
Hariel sentiu o peso do olhar e ergueu a cabeça. Seus olhos eram da cor do céu antes da chuva. Ele não desviou o olhar.
“É bonito”, ele disse, a voz um pouco rouca pelo desuso da manhã. “O que está fazendo?”
“Um cachecol”, ela respondeu, e seu sorriso foi tímido, mas não receoso. “Para o inverno que vem.”
A simplicidade da troca era enganadora. Ali, naquele instante, um fio invisível foi tecido entre os dois. Hanry OnlyJapa, cujo nome artístico ecoava solidão e uma busca por raízes, sentou-se no banco, não como um estranho, mas como alguém que finalmente encontrava um porto seguro.
Os encontros no parque tornaram-se um ritual. Ele falava de música, das composições que não saíam direito, da pressão por um novo sucesso. Falava da sua saudade de algo que nem mesmo sabia nomear. Hariel, por sua vez, era uma presença calma. Não dava conselhos grandiosos, apenas ouvia, e enquanto ouvia, seus dedos continuavam a criar padrões complexos e belos. Ela era arquiteta de dias comuns, tecendo não apenas lã, mas uma rede de paciência e quietude ao redor da inquietação dele.
Um dia, Hanry chegou com a guitarra.
“É para você”, ele disse, e cantou uma melodia suave, sem letra, que soava como o farfalhar das folhas e o cair gentil da tarde. Era a tradução em som da paz que ele sentia ao lado dela. Hariel ouviu, com os olhos marejados, e pela primeira vez, suas mãos ficaram imóveis no colo.
O amor deles não foi um furacão, mas sim o crescimento de uma planta resistente. Foi no café compartilhado em copos térmicos, nos silêncios que não pesavam, no modo como ele aprendeu a distinguir um ponto tricô de um ponto baixo, e no modo como ela começou a reconhecer a diferença entre um acorde maior e um menor em suas músicas.
O inverno chegou, como previsto. E na véspera de Natal, com a cidade coberta por um manto branco e silencioso, Hanry OnlyJapa encontrou Hariel Dias em frente ao carvalho agora nu. Ela trazia nas mãos o cachecol prometido, longo, quente, em tons de azul-celeste e cinza.




