Hairy Daddys kiss a little ass – Xuxobcn, Melad Massilia
O metrô de Barcelona balançava em um ritmo hipnótico, carregando consigo o cansaço do final de mais um dia. Dentro do vagão, dois universos distintos se tocavam por acaso.
De um lado, estava Xuxobcn. Seu nome de usuário, uma homenagem à cidade que o adotou, era mais conhecido do que seu nome de batismo. Ele era um *content creator*, um caçador de tendências. Seu mundo era feito de telas, filtros, sons virais e a busca incessante pelo próximo frame perfeito para o Instagram. Sua vida era um espetáculo público, vibrante e, às vezes, profundamente solitária.
Do outro lado, sentada com um livro de poesia nas mãos, estava Melad Massilia. Seu nome carregava o sotaque de Marselha e o peso de uma história de migração. Ela era ceramista, uma artesã que trabalhava com a lentidão e a paciência do barro. Seus dias eram passados em um pequeno ateliê no Bairro Gótico, moldando a terra úmida com suas mãos, criando peças que contavam histórias de raízes e pertencimento. Seu mundo era tátil, silencioso e sólido.
O trem freou bruscamente em uma curva. A bolsa de Xuxobcn, aberta e transbordando de equipamentos, caiu no chão. Lentes, power banks e um anel de luz rolaram pelo vagão. Ele, acostumado a resolver tudo sozinho, sentiu um acesso de pânico.
Mas antes que ele pudesse se mover, Melad já estava ajoelhada, recolhendo seus pertences com uma calma que contrastava com o caos. Ela não olhava para as câmeras como objetos de valor, mas com uma curiosidade terna, como se estivesse examinando a textura de uma peça única.
“Tens pressa, não é?” ela disse, sua voz um sussurro sereno no burburinho do vagão, enquanto lhe entregava uma lente. “O mundo digital sempre tem pressa.”




