Greg McKeon and Colton McKeon tag team XXlildrewXX in the woods
Greg McKeon era um rochedo. Um carpinteiro de mãos calejadas e sorriso raro, ele construía não só casas, mas a sensação de lar. Sua vida era estável, previsível, centrada em seu filho, **Colton**. Colton, de dezesseis anos, vivia em um mundo diferente – um universo de fones de ouvido, telas brilhantes e um silêncio interior que Greg mal conseguia penetrar. Após a perda da mãe de Colton dois anos antes, um abismo silencioso se abrira entre pai e filho.
E então, entrou **Drew** – ou, como seu nome de usuário online proclamava, **XXlildrewXX**. Drew era o novo assistente de Greg, um universitário magro e cheio de energia, com pulseiras de borracha coloridas e um conhecimento enciclopédico sobre qualquer música alternativa que se pudesse imaginar. Ele trabalhava com fones de ouvido, cantarolando baixo, sua presença uma trilha sonora constante para o som das serras e martelos.
No início, Greg via Drew como um garoto barulhento. Colton o via como um intruso. Mas Drew tinha um dom. Ele percebia os vazios e preenchia-os não com palavras, mas com gestos. Trazia dois cafés em vez de um, sem perguntar. Colocava a playlist de post-rock favorita de Greg na caixa de som quando o trabalho era meticuloso. E, um dia, viu Colton fazendo um beat no celular, os dedos batendo na mesa do almoço com uma batida complexa.
“Esse sample é do Radiohead, né? ‘Everything in Its Right Place’, mas invertido”, Drew disse, inclinando-se para ver. Colton ergueu os olhos, surpreso. Ninguém em sua vida real jamais reconhecera uma referência musical sua. Foi o início de uma ponte.
Drew não tentou ser um pai nem um irmão. Foi um tradutor. Explicou a Greg o que significava “lo-fi beats to study to” e por que Colton se refugiava neles. Explicou a Colton que o rock clássico que Greg ouvia na caminhonete não era só barulho, era a trilha sonora da juventude dele, cheia das mesmas ânsias que Colton sentia.
A virada aconteceu no sábado em que o show do produtor de música eletrônica que Colton amava chegou à cidade. Ele tinha comprado o ingresso meses antes, mas a ideia de ir sozinho, na multidão, o paralisou. Greg, vendo a angústia do filho, ficou desesperado. Queria ajudar, mas não sabia como.
Drew, vendo a cena, ofereceu-se. “Eu vou com ele. Fico na parede de trás, seguro as coisas. Se ele quiser ir embora, a gente vai.”
Greg hesitou, mas viu a centelha de esperança nos olhos de Colton. “Certo. Mas eu busco vocês. Na porta.”
A noite do show, Greg esperou na caminhonete, nervoso. Quando a multidão começou a sair, ele viu Drew primeiro, com uma pulseira brilhante no pulso, sorrindo. E então viu Colton. Seu rosto estava aberto, iluminado, animado de um modo que Greg não via há anos. Ele falava com Drew, gesticulando, imitando uma batida.
No caminho de volta para casa, com Colton adormecido no banco de trás, exausto e feliz, Greg olhou para Drew no escuro.
“Obrigado”, disse, a palavra carregada de um alívio profundo.
“Ele é incrível, Greg”, Drew respondeu, suavemente. “Só precisava se sentir visto. E ouvido.”
Naquele momento, Greg não viu apenas o assistente barulhento. Viu a pessoa que havia construído, tábua por tábua, nota por nota, uma ponte sobre o abismo de sua família. Viu a gentileza, a paciência e um coração que batia no mesmo ritmo sincopado e sincero de sua própria alma, há tanto tempo silenciosa.
Algumas semanas depois, Greg apareceu no apartamento de Drew com uma caixa. Dentro, um par de alto-falantes de madeira de cerejeira, feitos à mão, lindamente entalhados.
“Para você ouvir suas músicas do jeito certo”, disse Greg, constrangido.
Drew ficou sem palavras. Foi o presente mais bonito que já recebera.
E Colton, vendo aquela troca silenciosa e poderosa entre os dois pilares de seu mundo – o rochedo e o ritmo –, sorriu. Pela primeira vez em muito tempo, a casa não parecia apenas sólida. Parecia cheia de música.
Greg, o construtor, encontrou em Drew não um substituto, mas uma expansão. Um novo tom que harmonizou com sua melodia existente. E Drew, XXlildrewXX, o garoto do som, descobriu que a conexão mais doce não estava nos fones de ouvido, mas no silêncio compartilhado após uma risada na oficina, na mão de Greg cobrindo a sua na mesa, e no som de um lar sendo, finalmente, reconstruído em uníssono.




