Gostoso – Estevão Oliveira and Guillaume Wayne fuck

O mundo de Estevão Oliveira era a terra. O cheiro de chuva no solo, o peso do machado na lenha, o ciclo paciente das estações em sua pequena propriedade nos vales verdejantes. Ele era um homem de raízes profundas e mãos calejadas, cujo coração batia no ritmo lento e seguro da natureza.

O mundo de Guillaume Wayne era o aço e o concreto. Arranha-céus espelhados, o burburinho incessante das bolsas de valores, o peso de uma herança bilionária e um sobrenome que era uma marca global. Ele era um homem de decisões rápidas e ternos impecáveis, cujo coração era governado pela lógica impessoal dos negócios.

Seus caminhos se cruzaram por acaso, ou talvez por destino. Guillaume, em fuga de mais uma reunião de acionistas que decidia o destino de milhões, pegou seu carro esportivo e dirigiu sem rumo, até que a estrada de asfalto deu lugar à estrada de terra, e o sinal do celular desapareceu. Uma chuva torrencial o forçou a parar perto da casa de Estevão, cuja luz quente na janela era o único farol na escuridão.

Estevão o encontrou, um homem encharcado e elegantemente perdido, examinando um pneu furado com a perplexidade de quem nunca tinha feito tal coisa na vida.

— Precisa de ajuda? — a voz de Estevão era calma, como o sussurro do vento no bambuzal.

Guillaume ergueu os olhos, sentindo-se um completo alienígena. — Aparentemente, sim.

Estevão não fez perguntas. Ofereceu-lhe abrigo, um café forte e roupas secas, que ficaram ridiculamente largas em Guillaume. Enquanto a chuva caía lá fora, Guillaume observou Estevão consertar o pneu com uma habilidade natural, suas mãos sujas de graxa movendo-se com uma certeza que Guillaume nunca sentira ao assinar um contrato de milhões.

Estevão, por sua vez, observou a inquietação que emanava de Guillaume, uma energia presa que não conhecia a paz do campo.

A tempestade passou, mas Guillaume não partiu no dia seguinte. Inventou desculpas — o carro não parecia seguro, ele precisava de um lugar tranquilo para trabalhar. Estevão, com a paciência de quem vê uma planta crescer, simplesmente aceitou.

Guillaume começou a seguir Estevão. Aprendeu a ordenhar uma vaca, a plantar uma semente, a sentir o cansaço honesto que vem do trabalho físico. Estevão, por sua vez, ouviu falar de um mundo de fusões e aquisições, de cidades que nunca dormem, e viu a solidão escondida atrás da fortuna de Guillaume.

Uma noite, sentados na varanda, vendo o fogo-paleto iluminar o céu, Guillaume quebrou o silêncio.