Gabriel Cross and Lucas Lovestone fuck

A luz do entardecer banhava o cemitério de esculturas de Gabriel Cross em tons de mel e despedida. Ferro retorcido, mármore lascado e sonhos desfeitos se espalhavam pelo jardim de sua casa no campo. Ele era um escultor que parou de esculpir, um homem que preferia a companhia de fantasmas de bronze à dos vivos.
Até que Lucas Lovestone chegou, enviado pelo leilão da cidade para catalogar as obras do “gênio recluso”. Lucas era o oposto de Gabriel – vestia-se com cores vivas, falava com as flores enquanto passava e trazia consigo o cheiro do mundo exterior.
“Esta peça… ela chora”, Lucas disse, parando diante de uma figura feminina de bronze com as mãos no rosto.
Gabriel, observando da varanda com uma xícara de chá frio, sentiu algo estremecer dentro de si. “É só bronze.”
“Tudo tem alma, Sr. Cross. Até mesmo as coisas quebradas.”
Lucas não tinha medo do silêncio de Gabriel, nem de sua ferocidade. Ele reorganizava as esculturas no jardim, criando novas conversas entre elas. “Elas estavam solitárias”, explicava, quando Gabriel protestava.
O amor chegou como a primavera – primeiro com pequenos sinais. Gabriel começou a fazer o chá na hora certa. Lucas começou a deixar pequenos buquês de flores silvestres nas esculturas mais tristes.
Uma noite, Lucas encontrou Gabriel no estúdio fechado, acariciando um bloco de mármore branco como se pedisse perdão.
“Eu não consigo mais”, Gabriel confessou, a voz um sussurro áspero. “As imagens pararam de vir.”
Lucas pegou sua mão – a mão que esculpera maravilhas – e a pressionou contra o mármore. “Talvez você esteja tentando esculpir coisas grandes demais. Comece com algo simples.”
Sob a luz fraca do estúdio, com as mãos de Lucas guiando as suas, Gabriel começou a esculpir novamente. Não uma figura grandiosa, mas uma forma simples e orgânica – a curva de um ombro, a suavidade de uma face adormecida.
Quando a lua estava alta no céu, ele se afastou. Lá, no mármore, emergia o início de um rosto – nem totalmente o dele, nem totalmente o de Lucas, mas algo no meio, uma essência compartilhada.