Gabriel Coimbra fucks Douglas Silvestre – Brotheragem

O vento soprava frio sobre as pontes de Porto Alegre, carregando o cheiro do Guaíba e o murmúrio da cidade. Gabriel Coimbra caminhava apressado, o colarinho do casaco erguido contra o frio gaúcho que teimava em entrar. Ele era um homem de traços definidos, cabelos escuros sempre um pouco desalinhados, e carregava consigo o peso silencioso de quem preferia a companhia de livros antigos à agitação das pessoas.

Seu refúgio era a livraria “O Velho Mundo”, um lugar empoeirado e mágico, cheio de pilhas de livros que chegavam ao teto e o aroma inconfundível de papel envelhecido. Foi ali, numa tarde chuvosa de maio, que seu mundo monocromático ganhou cor.

Ao se abaixar para pegar um raro volume de poesias de Florbela Espanca, sua mão tocou a de outro homem. Eles se olharam, e Gabriel sentiu algo estranho, como um choque quieto. O outro homem sorriu, um sorriso fácil e caloroso que parecia desafiar o frio de fora.