Gabriel Coimbra fucks Brad2307

O ar na biblioteca da faculdade era pesado com o cheiro de papel antigo e o sussurro discreto de páginas sendo viradas. Gabriel Coimbra estava imerso em uma pilha de livros de Teoria da Arquitetura, desenhando esboços meticulosos de colunas neoclássicas. Seu mundo era de linhas retas, proporções áureas e uma ordem quase poética.

Seu refúgio silencioso foi invadido por uma risada estrondosa que ecoou entre as estantes. Ele ergueu os olhos, irritado. Do outro lado do salão, um garoto com um boné verde-limão virado para trás e uma camiseta de uma banda de punk que Gabriel não conhecia, assistia a um vídeo no celular sem fones de ouvido. Era Brad2307 — seu *username* do gaming era mais conhecido no campus do que seu nome real.

Gabriel suspirou, tentando ignorar a distração. Mas nos dias que se seguiram, ele começou a notar Brad2307 em toda parte. No pátio, desafiando amigos em partidas de *basquete* no celular. No corredor, falando em inglês perfeito e descontraído com um professor de intercâmbio. Era um furacão de energia digital e irreverência, o oposto completo do mundo ordenado de Gabriel.

O conflito era inevitável. Eles foram colocados no mesmo grupo de um trabalho de Ciências Políticas. Brad2307, cujo nome era Bradley, chegou atrasado, com um sorriso desarmante.

— Fala, time! Prontos para dominar o mundo? — ele brincou, puxando um *tablet* cheio de anotações digitais coloridas.

Gabriel, com sua caneta *tinteiro* e caderno de capa dura, revirou os olhos.
— Nós estamos aqui para fazer um trabalho, não para jogar.

— Tudo é um jogo, Gabi — Brad respondeu, sorrindo. — Só precisamos aprender as regras para quebrá-las.

Os primeiros encontros do grupo foram um desastre. Gabriel queria estrutura, tópicos, cronograma. Brad queria “sentir o fluxo” e “improvisar”. Eles discutiam sobre tudo, desde a formatação até as fontes. Mas, em uma dessas discussões, Gabriel percebeu algo: por trás da bravata de Brad, havia uma mente incrivelmente ágil, capaz de conectar ideias de forma que ele nunca tinha visto.

Uma tarde, ficaram os dois sozinhos na sala de estudos. A tensão ainda estava no ar, mas era diferente. Brad, vendo os esboços arquitetônicos de Gabriel, comentou:

— Suas linhas são tão… certinhas. Parece que têm medo de sair do lugar.

— É assim que se constrói algo que fica em pé — Gabriel retorceu, defensivo.

— Ou que prende alguém dentro — Brad respondeu, seu tom suave, quase um sussurro. Ele pegou um *tablet* e, com alguns traços rápidos e surpreendentemente habilidosos, desenhou uma fachada de prédio totalmente distorcida, orgânica, que parecia dançar. — As coisas também podem ficar em pé sendo livres, você sabe.

Gabriel olhou para o desenho, e depois para Brad. O furacão de repente tinha a precisão de um escultor. Ele viu, naquele momento, a paixão que Brad escondia sob a máscara do despreocupado.

O gelo quebrou. Brad começou a ajudar Gabriel a “hackear” seus projetos, inserindo elementos inesperados que os tornavam únicos. Gabriel, por sua vez, ajudou Brad a estruturar suas ideias brilhantes, mas caóticas, para o trabalho. Eles passaram a se encontrar fora dos horários do grupo. Brad levou Gabriel para andar de *skate* à noite, uma sensação aterradora e libertadora para Gabriel. Gabriel levou Brad a uma exposição de arte, e ficou surpreso ao ver que ele não apenas entendia, mas tinha opiniões profundas sobre cada peça.

Uma noite, no telhado do prédio de Gabriel, olhando a cidade iluminada, Brad apontou para as luzes.

— Parece um *circuito* integrado, né? A cidade. Cheio de regras, caminhos pré-determinados.

— Eu sempre vi como uma sinfonia — Gabriel confessou. — Cada luz é uma nota, cada prédio, uma pausa.

Brad olhou para ele, o brilho das luzes da cidade refletido em seus olhos.
— Eu gosto mais da sua versão.

Eles se beijaram sob aquele céu urbano, uma colisão perfeita entre o planejado e o espontâneo. Gabriel Coimbra, o arquiteto, aprendeu que as melhores estruturas são aquelas que permitem espaço para o imprevisto. E Brad2307, o *hacker* da vida, descobriu que alguns dos melhores *glitches* no sistema do universo têm nome, endereço e um sorriso que faz seu mundo, tão rápido e digital, parar completamente.