FullCreamMilker edges Oliverxfit

O Ritmo do Coração

O estúdio de ginástica era o reino de Fit. Lá, entre o som de halteres metálicos e o ritmo pulsante da música, ela comandava com energia contagiante. Suas aulas eram famosas, lotadas de pessoas buscando um pouco da sua força aparentemente infinita. Fit era um furacão de determinação, e seu sorriso era a recompensa depois de cada série exaustiva.

Oliver era o oposto. Um bibliotecário de óculos de aro fino e jeito tranquilo, seu mundo era de páginas sussurrantes e silêncio reverente. Ele entrou no estúdio por insistência do médico e da irmã, que o achavam “muito pálido e enclausurado”. Sentia-se um peixe fora d’água, desengonçado e perdido entre tantos corpos suados e confiantes.

Foi na aula de ritmos, a mais caótica para ele, que seus mundos colidiram. Oliver tentava, desesperadamente, acompanhar a coreografia, mas seus pés pareciam ter mente própria. Em um movimento particularmente desastrado, ele tropeçou no próprio cadarço e esbarrou em Fit, que demonstrava os passos na frente da sala.

A classe parou. O silêncio foi cortado pela risada nervosa de Oliver.
— Desculpa, eu… sou um desastre de equilíbrio — ele disse, corando.

Fit, em vez de ficar irritada, olhou para seus olhos verdes, cheios de constrangimento puro, e sorriu. Um sorriso verdadeiro, não aquele que ela dava como instrutora.
— Equilíbrio a gente treina — respondeu, a voz suave, diferente do tom de comando. — Vem aqui na frente. É mais fácil copiar.

Oliver, com o coração batendo mais forte do que o exercício exigia, obedeceu. Pela primeira vez, ele não viu a instrutora Fit, mas uma mulher com olhos cor de mel e uma paciência surpreendente.

Ele voltou na semana seguinte. E na outra. Sua motivação para se exercitar mudou imperceptivelmente. Já não era mais sobre saúde, era sobre aquele minuto no final da aula em que Fit se aproximava para corrigir gentilmente sua postura, seu toque firme e quente guiando seus braços desengonçados.

Fit, por sua vez, começou a esperar por aquele homem quieto que se concentrava tanto que mordia o lábio. Ele era um oásis de calma em seu dia agitado. Ela descobriu que ele adorava histórias de fantasia e que seu café preferido era um latte com canela.