Fudendo o cuzinho do putinho com força – Evan Jordie, Cole McKenna

O silêncio no apartamento de Evan Jordie era tão profundo que você podia ouvir o zumbido da geladeira. Era um silêncio planejado, meticulosamente cultivado. Cada livro em sua estante estava alinhado com uma régua invisível, cada xícara de chá era um ritual de precisão. Evan era um ilustrador de livros infantis, um criador de mundos coloridos que contrastava violentamente com a paleta monocromática de sua própria vida. Sua existência era uma linha reta, sem desvios.

Até o dia em que Cole McKenna se mudou para o apartamento ao lado.

Cole era o oposto de uma linha reta. Era um redemoinho de caos organizado. Músico de folk, ele carregava um violão com adesivos descascados e uma energia que transbordava pelos corredores. O som de seus ensaios – acordes suaves e uma voz grave que arranhava as beiradas da alma – atravessava as paredes finas e encontrava Evan em sua bolha de silêncio.

A princípio, Evan se irritou. Aquele ruído era uma invasão, uma mancha de tinta em um desenho perfeito. Ele bateu na porta do vizinho, um protesto polido na ponta da língua.

A porta se abriu para revelar Cole, com um sorriso desarmante e farpas de tinta verde no aventaL.

“E aí, vizinho! Tudo bem? A música tá muito alta?”

Evan, pego de surpresa pela simpatia bruta, engasgou. “É que… eu trabalho em casa.”

“Ah, mano, desculpa aí! Sou um pouco surdo dos ouvidos, esqueço do volume”, disse Cole, sem um pingo de vergonha. “Eu te indenizo. Pelo prejuízo auditivo.”

Evan ficou confuso. “Como assim?”

“Te pago um café. Ou um chá. Você parece com um cara de chá.”

Era impossível ficar bravo. Contra toda a sua lógica, Evan aceitou.