Fucking the Carioca Surfer – Eli Barcellos, Ian Surfista
O pôr do sol em Itaúnas pintava o céu com tons de laranja e roxo, e **Ian Surfista** ainda estava na água. Seu corpo era uma extensão da prancha, dançando com as últimas ondas do dia como se conhecesse cada segredo do oceano. Para Ian, o mar era sua única linguagem constante.
Na areia, **Eli Barcellos** ajustava a câmera, capturando não apenas a paisagem, mas a história que ela contava. Ele era um fotógrafo de renome, acostumado a correr o mundo, mas havia algo naquela praia, e naquele surfista solitário, que o fez parar. Parar de verdade.
Eles se encontraram no único bar da vila, os pés de Eli ainda cheios de areia, os cabelos de Ian ainda salgados. A conversa foi fácil, fluiu como a maré. Ian, com seu jeito quieto e olhos que refletiam o mar, falou sobre o medo e a fé de entrar no tubarão. Eli, com suas histórias de lugares distantes, falou sobre o medo e a fé de nunca se enraizar em lugar nenhum.
Nos dias que se seguiram, Eli não fotografou apenas Ian surfando. Ele fotografou seus momentos quietos: consertando a prancha, compartilhando um café na varanda, rindo com os pescadores. Ian, por sua vez, mostrou a Eli que existia um ritmo na maré, um tempo para esperar e um tempo para partir.
Uma manhã, com o mar praticamente plano, Ian pegou uma prancha maior e convidou Eli para entrar na água. “Não é sobre surfar a onda perfeita,” ele disse, segurando a prancha para Eli. “É sobre sentir que você faz parte disso.”
Eli, desengonçado e rindo, caiu incontáveis vezes. Mas na vez em que conseguiu ficar em pé, mesmo que por apenas alguns segundos, sentiu uma paz que nenhum lugar do mundo lhe havia proporcionado.
Naquela noite, olhando as fotos, Eli viu que não havia capturado apenas a imagem de um **surfista**, mas a de um homem que lhe havia mostrado um novo lar. E Ian, ao lado dele, percebeu que, depois de uma vida buscando ondas passageiras, havia finalmente encontrado uma costa para chamar de sua.
O **Eli Barcellos** que nunca parava, parou. E o **Ian Surfista**, que sempre seguia sozinho, encontrou seu parceiro para a próxima maré.
