Felipe Eduardo and Jordan Starr fuck

O sucesso de Felipe Eduardo era silencioso e solitário. Como produtor musical, sua genialidade estava nos detalhes que ninguém ouvia, nas camadas de som que construía no estúdio escuro e isolado, longe dos holofotes. Ele era o arquiteto de hits, um fantasma por trás das vozes que dominavam as paradas.
Jordan Starr era o oposto completo. Ele era o holofote. Um fenômeno pop, um furacão de strass, coreografias perfeitas e um sorriso que vendia milhões de discos. Sua vida era um turbilhão de fãs, flashes e turnês mundiais. Sua imagem era tão brilhante que ninguém se perguntava o que havia por trás dela.
O destino os uniu quando a gravadora decidiu que Jordan precisava de um som “mais autêntico” para seu próximo álbum. Foi assim que Jordan Starr, acompanhado por uma pequena comitiva, invadiu o santuário silencioso de Felipe.
“Então, você é o gênio recluso,” Jordan anunciou, jogando sua jaqueta de couro cravejada de alfinetes sobre um sofá. Sua voz era mais grave pessoalmente, sem o tratamento de estúdio.
Felipe nem olhou para cima, ajustando um knob em seu mixer. “E você é o produto que preciso desmontar e remontar.”
O desafio estava lançado.
Nos dias que se seguiram, uma batalha silenciosa foi travada. Jordan chegava com ideias grandiosas e cheias de eletrônicos. Felipe as desmontava, apresentando-lhe um violão antigo, uma melodia de piano solitária, pedindo que ele cantasse sem nenhum efeito.
“Por que você está fazendo isso?,” Jordan perguntou, frustrado, após uma tomada onde sua voz havia quebrado levemente.
“Porque eu ouço o medo aí dentro,” Felipe respondeu, finalmente olhando para ele. “Debaixo de toda essa produção. Estou tentando encontrar o Jordan, não o Starr.”
A frase atingiu Jordan como um soco no estômago. Ninguém fazia essa distinção há anos.
Aos poucos, a resistência deu lugar à curiosidade. Felipe criava paisagens sonoras que desafiavam Jordan, que o puxavam para fora de sua zona de conforto. E Jordan, por sua vez, começou a chegar mais cedo, sem a comitiva, trazendo cafés e perguntas sobre os equipamentos. Ele começou a se abrir, a falar do peso da fama, do vazio das festas, do medo de não ser bom o suficiente sem a pirotecnia.
Felipe, que pensava conhecer todos os segredos do som, descobriu o silêncio entre as palavras de Jordan. E Jordan, que vivia de aplausos, descobriu a beleza de ser ouvido de verdade.
Uma madrugada, com o álbum quase pronto, eles ouviam a faixa-título. Era uma balada crua, apenas o piano de Felipe e a voz nua e vulnerável de Jordan. Quando a música terminou, o estúdio ficou em silêncio.
Jordan olhou para Felipe, seus olhos famosos agora livres de qualquer pose. “Ninguém nunca me ouviu assim antes.”
Felipe aproximou-se, e pela primeira vez, tocou em algo que não fosse um instrumento. Sua mão, acostumada a controlar o som, tocou o rosto de Jordan com uma reverência estranha.
“Eu só parei o ruído,” ele sussurrou. “Para ouvir a música.”
E naquele estúdio silencioso, o produtor e a estrela descobriram que a melodia mais rara não estava nas paradas de sucesso, mas no dueto inesperado de duas almas solitárias, finalmente encontrando sua harmonia.