Fboyfinn gets sucked by Gunnar Joseph (drews_story615) before giving a facial

O mundo de Fboyfinn era uma performance. Um palco de festas à beira da piscina, drinks com nomes inventados e um sorriso que era mais uma arma do que uma expressão de alegria. Ele era o rei do carpe diem falso, vivendo para curtir o momento enquanto fugia de qualquer coisa que cheirasse a compromisso. Seu reino era o efêmero.
Gunnar Joseph, conhecido online como drews_story615, era o oposto. Sua vida era documentada em fotos granuladas e histórias curtas no Instagram. Ele não performava; ele registrava. Os pães que queimava tentando assar, o cachorro que adotou e que destruía seus sapatos, as noites de insônia lendo livros de capa dura. Sua vida era comum, mas ele tinha um talento raro para encontrar a poesia nessa comumidade.
Os algoritmos, em um raro momento de lucidez poética, colocaram Gunnar no caminho de Finn. Ou foi o contrário. Um story de Finn, mostrando uma vista deslumbrante de Ibiza, recebeu uma resposta de um perfil chamado drews_story615: “A beleza é linda, mas tá todo mundo aí só fingindo que é feliz, né?”
Finn, irritado, foi checar o perfil. Esperava encontrar um invejoso. Em vez disso, encontrou uma foto de um homem de óculos, com um suéter feio e um cachorro lambendo seu rosto, na varanda de um apartamento minúsculo. A legenda era: “Tentativa de pão nº 23. O Freddy achou uma delícia. Eu discordo.”
Era tão genuíno. Tão estranhamente atraente.
Finn respondeu com um desafio: “Fingir felicidade é um talento. Fazer pão podre, não.”
Gunnar ripostou: “Pelo menos o meu pão é real. Assim como a dor nas costas de carregar o Freddy no colo.”
Foi o início de uma guerra de comentários, que migrou para as DMs, que se transformou em ligações noturnas. Finn descobriu que era possível falar com alguém por horas sem mencionar uma única marca de roupa ou destino turístico. Aprendeu sobre a tia excêntrica de Gunnar, sobre seu medo de abelhas, sobre seu sonho de escrever um livro.
Gunnar descobriu que por trás do personagem “Fboyfinn” havia um garoto assustado, que usava o mundo como distração, com um vazio no peito que nenhuma festa em Mykonos conseguia preencher.
O ponto de virada foi quando Finn, em Paris, postou uma foto no topo da Torre Eiffel. Toda a sua legenda era performática. Gunnar respondeu, não publicamente, mas em uma mensagem privada: “Tá com saudade de casa.”
Finn quase deixou o telefone cair. Era a pura verdade. Naquele momento de pico, cercado por luzes e glamour, a única coisa que ele sentia era uma solidão aguda.
“Como você sabe?” ele digitou, os dedos trêmulos.
“Porque eu também tive,” veio a resposta. “A saudade não é de um lugar, é de uma sensação. A sensação de ser você mesmo.”
Finn cancelou a próxima etapa da viagem. Pegou um voo de volta. Não para sua casa luxuosa e vazia, mas para o endereço que Gunnar tinha mencionado uma vez, num contexto de piada sobre sua desastrada localização.
A porta do apartamento de Gunnar se abriu. Lá estava ele, de suéter feio, com o Freddy latindo atrás de suas pernas. Cheirava a pão queimado e café fresco.
Finn, ainda com a mochila de viagem nas costas, parecia um peixe fora d’água. O menino da piscina na porta do menino da varanda.
“Não trouxe um presente de Paris,” disse Finn, a voz mais suave do que nunca.
Gunnar encostou na porta, um sorriso nos lábios. “Trouxe. Você veio.”
E naquela sala pequena, com o som do trânsito lá fora e o cachorro tentando comer o cadarço do tênis caro de Finn, a performance acabou. Fboyfinn desapareceu, e apenas Finn ficou. E para Finn, aquele mundo comum e real de Gunnar Joseph era a maior, mais aterrorizante e mais maravilhosa aventura de todas.