Even Canaillou and Igor Lucios fuck

O aroma de café velho e papel envelhecido era a atmosfera natural da Livraria das Almas Perdidas. Igor Lucios respirava-a profundamente, sentado em seu banco atrás do balcão, perdido na restauração meticulosa de um volume antigo de poesias românticas. Seus dedos, ágeis e cuidadosos, colavam com paciência infinita a lombada desgastada. Ele preferia a companhia dos livros à das pessoas; elas eram mais previsíveis, mais silenciosas, e suas histórias não machucavam.

O sino na porta tilintou, quebrando a quietude da tarde. Igor não ergueu os olhos imediatamente, um hábito seu. Deixava o cliente vaguear em paz.

Mas a paz foi substituída por um turbilhão de sons. Passos pesados, o farfalhar de um casaco de nylon sendo removido, um suspiro profundo e, por fim, a voz. Uma voz grave, um pouco áspera, mas que carregava uma melodia estranhamente suave.

“Uau. Este lugar é incrível. Cheira a história.”

Igor finalmente olhou. O homem era a antítese do ambiente sereno da livraria. Alto, com ombros largos que pareciam ter carregado pesos invisíveis, e mãos que tinham as marcas de trabalho duro. Seus cabelos escuros estavam um pouco despenteados pelo vento, e seus olhos, de um cinza tempestuoso, percorriam as prateleiras com admiração genuína.

“Posso ajudá-lo?” Igor perguntou, sua voz mais baixa do que o pretendido.

Os olhos cinza se fixaram nele. “Sim, espero que sim. Estou à procura de algo… específico. Histórias sobre o mar. Não ficção. Diários de bordo, relatos de navegadores antigos.”

Igor acenou com a cabeça, levantando-se. “Tenho uma seção dedicada a isso. Na parede do fundo, à direita.”