AmadorBarebackBoqueteVídeos Gays

Eryck Reyez and Chris Vers fuck

Eryck Reyez era um colecionador de silêncios. Ele os encontrava no barulho ensurdecedor da cidade: no intervalo entre uma buzina e outra, no instante em que a multidão para diante do sinal vermelho, no suspiro da chaleira antes de ferver. Sua vida era meticulosa, um mapa de rotas previsíveis e expectativas atendidas. Até que, em uma tarde qualquer, o mapa foi queimado.

O nome do incêndio era Chris Ve.

Chris não entrava nos lugares, irrompia. Chegou à livraria onde Eryck trabalhava como uma tempestade de verão, encharcado da chuva que caía lá fora, rindo sozinho de uma piada interna. Seus olhos claros pareciam conter toda a luz que o dia nublado havia roubado. Ele não procurava um livro específico; ele procurava uma história, qualquer uma que “cheirasse a aventura e a desilusão”, como disse a Eryck, com uma franqueza desarmante.

Eryck, que tinha respostas para tudo, desde a localização de “Cem Anos de Solidão” até o melhor papel para aquarela, ficou mudo. Apontou para uma estante de ficção estrangeira com a mão ligeiramente trêmula. Chris agradeceu com um sorriso que fez o coração de Eryck fazer uma coisa completamente nova e assustadora: ele falhou o compasso.

Nos dias que se seguiram, Chris tornou-se uma presença constante. Ele voltava, não pelos livros, mas pelas opiniões de Eryck. Discutiam sobre os finais trágicos de Tolstói e a moralidade ambígua de Dostoiévski. Chris falava com as mãos, quebrax a bolha de silêncio que Eryck cultivava com tanto cuidado, e no lugar dele plantava risos, debates e uma agitação deliciosa.

O primeiro beijo aconteceu na seção de poesia, escondidos entre as estantes de madeira escura, com o cheiro de papel envelhecido no ar. Foi um colapso de todos os silêncios que Eryck havia colecionado. O mundo exterior, com seus ruídos e suas demandas, desapareceu. Existia apenas o calor dos lábios de Chris, o sussurro de seu nome na penumbra e a sensação vertiginosa de estar caindo, mas, pela primeira vez, sem medo de cair.

Chris era caos e cores. Pintava telas abstratas em seu apartamento minúsculo, que ficava acima de uma padaria, e o cheiro de tinta a óleo se misturava com o de pão fresco. Ensina Eryck a ver beleza na desordem, a encontrar música no ritmo irregular da chuha no telhado de zinco. Eryck, por sua vez, ensinou Chris sobre a beleza da pausa, do espaço entre as notas que faz a melodia respirar. Mostrou-lhe como o pôr do sol pintava o céu de tons precisos e suaves, diferentes da explosão frenética de suas telas.

Amavam de formas que complementavam suas naturezas. O amor de Eryck era quieto, um porto seguro, uma xícara de chá deixada na mesa de Chris depois de uma noite de trabalho intenso. O amor de Chris era uma declaração em alto e bom som, um quadro pintado secretamente com as cores dos olhos de Eryck, um beijo roubado no meio do mercado, fazendo o mundo de Eryck, outrora tão ordenado, girar descontroladamente.

Havia desafios, é claro. A família de Eryck não entendia a “instabilidade” de Chris. Os amigos de Chris achavam Eryck “muito contido”. O mundo tentava enfiá-los em caixas, mas eles se recusavam a caber. Sua relação era um território próprio, um país de dois cidadãos, com leis escritas não em papel, mas nos fios de luz do amanhecer que encontravam pela janela, entrelaçados.

Uma noite, sentados no fire escape do prédio de Chris, vendo a cidade cintilar abaixo como um tapete de diamantes negros, Chris pegou a mão de Eryck.

“Você não me completa, sabia?”, ele disse, seu rosto iluminado pela luz difusa da cidade.

Eryck sentiu um frio. “Não?”

“Não. É melhor.” Chris virou-se para ele, seu sorriso era terno e certeiro. “Você me desafia. Me expande. É como se eu fosse uma cor primária, forte, mas sozinha. E você é outra, totalmente diferente. Quando a gente se mistura, não viramos um só, viramos uma terceira cor. Algo totalmente novo e mais bonito do que qualquer um de nós seria sozinho.”

Eryck olhou para a cidade, para o caos organizado daquela paisagem noturna, e entendeu. Ele não estava mais colecionando silêncios. Ele estava criando música. Uma música única, imprevisível e profundamente sua. Uma música feita do ritmo constante de seu próprio coração batendo em sincronia com o de Chris Ve. E naquele instante, entre o céu e o concreto, ele soube que aquele era o único silêncio que valia a pena quebrar para sempre.

Vídeos relecionados

Botão Voltar ao topo

BRASILEIROS FUDENDO 🔥

X