Erick Hall (twinkbig9) gets fucked by Benjaviano

O mundo de Benjaviano era feito de silêncios e sombras. Como vigia noturno do Museu Nacional, ele era um guardião de histórias alheias, um espectador das vidas paralisadas em pinturas a óleo e esculturas de mármore. Sua existência era metódica, solitária, iluminada apenas pelos faróis fracos de sua lanterna e pelo clarão da lua nas claraboias.
Até a noite em que Erick Hall entrou no museu, não pelas portas, mas através da tela.
Não foi um evento dramático. Benjaviano fazia sua ronda habitual na ala de arte moderna quando algo o fez parar. Na pintura “Vortex No. 7”, uma obra abstrata de cores turbulentas e pinceladas furiosas, havia um movimento. Ele achou que fosse um jogo de luz, um cansaço dos seus olhos. Mas então, um homem vestindo um sobretudo ensopado de chuva e uma expressão desorientada simplesmente deu um passo para fora da moldura, caindo de joelhos no chão de parqué polido.
Erick era um artista de rua, um poeta do asfalto. Na noite anterior, enquanto pintava um mural ilegal numa parede abandonada, foi apanhado por um temporal. Refugiara-se num vão de escada, encostado num tijolo solto que, ele juraria, tinha cores que se moviam. Ao tocar, foi sugado por um turbilhão de luz e som, e ejectado directamente para o mundo silencioso de Benjaviano.
O primeiro encontro foi de puro terror. Benjaviano, acreditando ser um ladrão ou um vândalo, quase accionou o alarme. Erick, por sua vez, achou que tinha enlouquecido ou morrido. Mas havia uma curiosidade genuína no olhar de um, e uma vulnerabilidade desarmante no olhar do outro.