Eddie Patrick fucks Beaux Matthews – New Arrangements
O bar de Eddie Patrick era um refúgio para almas cansadas. Um lugar baixo, com soalhos que rangiam, fotografias a preto e branco de boxeadores nas paredes, e um silêncio que era mais companhia do que solidão. Eddie, um homem com os nós dos dedos gretados e um passado pesado como um soco no estômago, era o seu guardião. Conhecia os seus clientes pelos seus silêncios, não pelas suas histórias.
A porta abriu-se uma noite, deixando entrar uma rajada de vento frio e **Beaux Matthews**.
Beaux era um contraste vivo contra a penumbra do bar. Usava um casaco vermelho-berrante, o cabelo loiro desarrumado de forma propositada, e um sorriso que parecia desafiar a própria ideia de dias cinzentos. Ele era um artista de rua, um contador de histórias, um furacão de energia positiva.
— Um uísque. Do bom — disse Beaux, deslizando para um banco ao fundo, o seu sorriso a enfraquecer ligeiramente, revelando uma sombra de cansaço.
Eddie serviu-lhe a bebida em silêncio, observando-o. Beaux não bebeu de imediato. Em vez disso, puxou de um caderno e começou a desenhar freneticamente, a sua caneta a dançar sobre o papel.
Nas noites que se seguiram, Beaux tornou-se um habitual. Ele era barulhento quando o bar estava vazio, quieto quando estava cheio. Às vezes, chegava a rir sozinho, outras vezes ficava a olhar para o seu uísque como se este contivesse todos os segredos do mundo. Eddie, um homem de poucas palavras, descobria-se a observá-lo, fascinado pelaquele paradoxo de luz e sombra.
Uma noite, um grupo de homens barulhentos começou a gozar com Beaux, chamando-lhe nomes pelo seu casaco, pelo seu cabelo, pela sua arte.
— Deixa-o em paz — a voz de Eddie cortou o ar, baixa mas firme como o fechar de uma porta de celda.
O grupo calou-se, pagou e saiu. O bar ficou em silêncio.
Beaux aproximou-se do balcão.
— Obrigado — disse ele, a sua voz mais suave do que o habitual. — Normalmente, eu lido com isso sozinho.
— Não é preciso — respondeu Eddie, limpando um copo. — Este é um sítio tranquilo.
— Porque é que o mantém? — perguntou Beaux, os seus olhos a vasculharem o rosto de Eddie. — Um homem como você podia fazer qualquer coisa.
Eddie parou de limpar o copo. Ninguém lhe tinha feito aquela pergunta.
— É o meu canto — disse, simplesmente. — E agora é também o teu, se quiseres.
Foi o único convite que Beaux precisou. Começou a chegar mais cedo, a ajudar a arrumar as cadeiras, a encher os saleiros. Em troca, Eddie começou a falar. Palavras curtas, em frases cortadas, sobre o seu tempo no exército, sobre a dor que trazia consigo. Beaux ouvia, sem julgamento, os seus desenhos a tornarem-se mais sombrios, mais complexos.
A atração entre eles não foi um incêndio, mas sim um lento aquecer. Era o toque das mãos ao passar um copo, o ombro de Eddie que, por acidente ou não, roçava no de Beaux atrás do balcão.
A confissão aconteceu numa manhã de domingo, enquanto Beaux ajudava a varrer o chão. O sol entrava pelas janelas, iluminando o pó a dançar no ar.
— Vou ter de partir na próxima semana — disse Beaux, parando de varrer. — Há um festival noutra cidade. A minha arte… ela precisa de se mover.
Eddie sentiu as palavras como um golpe físico. O seu “canto” de repente parecia-lhe pequeno e vazio.
— Fica — a palavra saiu antes que ele a pudesse travar.
Beaux olhou para ele, surpreso.
— O quê?
— Fica — Eddie repetiu, erguendo os olhos, e pela primeira vez, não escondeu a vulnerabilidade neles. — Este lugar. Eu. Precisamos da tua luz, Beaux.
Um sorriso, lento e real, espalhou-se pelo rosto de Beaux. Ele deixou a vassorra cair e aproximou-se de Eddie.
— Sabes, Eddie Patrick — sussurrou, — eu passo a vida a pintar o mundo com cores. Mas foi no teu bar a preto e branco que encontrei a coisa mais vibrante.
E quando se beijaram, no meio das cadeiras empilhadas e do pó a dançar ao sol, Eddie soube que tinha encontrado algo pelo qual valia a pena sair do seu canto. E Beaux percebeu que tinha encontrado um lar para o seu coração nómada. Juntos, eram o equilíbrio perfeito entre a solidez da terra e a liberdade do céu.




