Dream Boy Bondage – Captured Again Chapter 6 – Leo Edwards

Leo Edwards era conhecido na pacata cidade de Cedar Hollow por duas coisas: sua livraria independente, “O Ponto Final”, e seu passeio diário exatamente às 5h17 da tarde. Ele percorria as mesmas sete quadras, cumprimentava os mesmos vizinhos com o mesmo aceno discreto e voltava exatamente 38 minutos depois. A rotina era seu alicerce, a resposta a um mundo que ele achava cada vez mais barulhento e imprevisível.
Tudo mudou numa terça-feira cinzenta. No banco da praça central, onde Leo nunca se sentava porque atrasaria seu horário, havia uma mala vintage de couro, abandonada. Não era uma mala qualquer. Era idêntica à que seu pai, um arqueólogo, usava nas raras e emocionantes visitas de sua infância.
Contra todos os seus instintos, contra o ponteiro do relógio que o pressionava, Leo se aproximou. A mala não estava trancada. Dentro, não havia roupas ou livros. Havia… silêncios. Ou melhor, recipientes para eles: frascos de vidro âmbar, cada um com uma etiqueta manuscrita.
“Silêncio do sótão da vovó, 1987.”
“Silêncio que precede o primeiro acorde de um concerto.”
“Silêncio da neve caindo à meia-noite.”
Leo levou a mala para a livraria, seu coração batendo num ritmo desconhecido. A curiosidade foi mais forte que a rotina. Naquela noite, sob a luz fraca da loja, ele abriu cuidadosamente o frasco “Silêncio da página de um livro antigo sendo virada”. Ao desatarraxar a tampa, não houve som, mas uma sensação invadiu a loja. O cheiro de papel envelhecido ficou mais intenso. A luz pareceu mais suave. Uma calma profunda, carregada de sabedoria e paciência, envolveu Leo. Era mais do que a ausência de ruído; era uma presença.




