Douglas Machado – He cost the whole team the game so he got fucked

**O Acaso e o Café**
Douglas Machado não acreditava em destino. Para ele, o mundo era uma série de eventos aleatórios, um caos organizado por escolhas lógicas. Era um arquiteto, um homem que construía realidades sobre alicerces concretos, não sobre quimeras. Mas sua crença foi posta à prova numa manhã de terça-feira comum, na fila de uma cafeteria.
Ele estava distraído, revisando mentalmente os detalhes de um projeto, quando uma voz suave atrás dele disse: “Acho que deixei minha carteira em casa.”
Douglas se virou. A mulher que falava estava vasculhando uma bolsa enorme, com uma expressão de crescente pânico. Seus olhos eram da cor do mel e estavam cheios de um constrangimento tão genuíno que ele não pensou duas vezes.
“Deixa que eu pago o seu café,” ele ofereceu, surpreso com sua própria impulsividade.
Ela olhou para ele, hesitante. “Não posso aceitar. É muita gentileza.”
“É apenas um café. Pense como um investimento no meu bom karma para o dia,” ele brincou, sentindo um calor estranho no rosto.
O nome dela era Sofia. Enquanto esperavam pelos pedidos – um espresso para ele, um cappuccino com canela para ela – trocaram algumas palavras. Ela era ilustradora de livros infantis, e contou que estava ali para encontrar uma editora. Havia uma leveza nela, uma doçura que contrastava com a rigidez de Douglas.
O acaso, que ele tanto desprezava, decidiu que a cafeteria estava lotada. A única mesa livre era para dois.
“Posso?” ele perguntou, indicando a cadeira vazia.
Sofia sorriu, um sorriso que chegava aos olhos. “Acho que o karma exige.”
Naquela meia hora, o mundo exterior desapareceu. Douglas falou sobre suas plantas, sobre a frustração de ver um projeto sair do papel. Sofia mostrou alguns rabiscos no seu caderno – criaturas mágicas e paisagens sonhadoras. Ele, que vivia de linhas retas e ângulos precisos, sentiu-se fascinado por aquele universo de curvas e cores.
Eles não trocaram números. Foi um encontro perfeito e efêmero, como um conto de fadas moderno. Douglas saiu com um sorriso bobo no rosto, mas uma parte de si, a parte lógica, insistia que era apenas um momento agradável, nada mais.
Mas o tal “acaso” insistia. Três dias depois, em uma livraria, ele a viu novamente. Ela estava na seção de arquitetura, folheando um livro sobre Gaudí.
“Procurando inspiração para suas linhas retas?” ela perguntou, com um brilho malandro nos olhos.
Douglas riu. “Talvez esteja aprendendo a apreciar as curvas.”