Diego Ferreira and Charlie Ferreira fuck – My first collab ever

A livraria era o refúgio de Diego Ferreira. Um lugar silencioso, cheiro de papel antigo e café fresco, onde ele podia se esconder do mundo como assistente social. Cansado de carregar as dores alheias, ali ele recarregava a própria alma entre as prateleiras de literatura clássica.
Charlie Ferreira odiava livrarias. Para um marceneiro acostumado ao cheiro de madeira serrada e ao barulho de ferramentas, aquele silêncio era opressivo. Mas sua irmã insistira que ele precisava de um livro sobre marcenaria japonesa para um curso.
“É na seção de artesanato, ao fundo”, disse uma voz calma.
Diego apareceu ao seu lado, apontando o caminho. Seus olhos eram pacíficos, mas carregavam a sombra de um cansaço familiar.
“Obrigado”, resmungou Charlie, surpreso por ter sido notado.
O sobrenome eles descobriram por acaso, no caixa. A atendente, ao pedir o e-mail para nota fiscal, comentou:
“Outro Ferreira! Que coincidência.”
Diego e Charlie se entreolharam, um sorriso tímido surgindo em ambos. Aquele laço mínimo, tão comum, pareceu criar um fio invisível entre dois completos estranhos.
Charlie, com sua franqueza de quem trabalha com as mãos, quebrou o gelo. “Se somos quase parentes, que tal um café para comemorar?”
O café se estendeu pela tarde. Diego descobriu que as mãos calejadas de Charlie escondiam uma paciência infinita para criar beleza a partir de toras brutas. Charlie viu que por trás da quietude de Diego havia uma força tranquila, uma resiliência de quem escolheu cuidar dos outros.
Eles eram opostos. Diego, organizado e metódico; Charlie, despojado e impulsivo. Mas o sobrenome comum era a metáfora perfeita para o que encontraram: uma base familiar, um porto seguro.
O amor não foi um furacão, mas uma construção lenta e sólida, como um móvel bem feito. Foi nas manhãs de domingo, com Charlie trazendo pão quente e Diego preparando o café. Foi nos finais de tarde, onde o silêncio de Diego e o barulho das ferramentas de Charlie se misturavam em uma sinfonia caseira.
Uma noite, no apartamento cheio de plantas de Diego e lascas de madeira de Charlie, eles selaram aquele acaso. Não com palavras grandiosas, mas com um simples:
“Ferreira é um sobrenome comum”, sussurrou Diego, encostando a testa na de Charlie. “Mas acho que o nosso é o meu favorito.”
E naquele toque, os dois universos distintos se fundiram, provando que às vezes, o amor pode ser um simples — e perfeito — acaso de catálogo.