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Dhii Vasconcellos (dhiiz69) – hot twink on twink fucking

Dhii Vasconcellos chegou à cidade portuária em um dia de nevoeiro tão denso que as silhuetas dos navios pareciam fantasmas ancorados. Ele vinha da agitação de uma metrópole, trazendo consigo apenas uma mala de roupas desgastadas e uma caixa de madeira pesada, cheia de ferramentas de ourives. Alugou um pequeno espaço no sobrado mais antigo da Rua da Lapa, que tinha uma vitrine empoeirada voltada para o mar e um letreiro desbotado: “Oficina e Restauro”.

A cidade era silenciosa, seu ritmo ditado pelas marés. Dhii não buscava clientela; buscava silêncio. Passava dias imerso no brilho suave da prata e no calor da chama do maçarico, consertando alianças desgastadas, correntes partidas, broches esquecidos. Sua arte era dar um novo sopro a objetos que carregavam histórias alheias.

Na vitrine, ele colocou uma única peça de sua autoria: um pingente de prata em forma de cágado, com detalhes tão finos que as escamas pareciam de verdade. Era um trabalho íntimo, quase um autorretrato. Dhii era devagar, meticuloso, e carregava sua casa nas costas, como o animal.

Foi o cágado que a chamou.

Seu nome era Sofia. Ela passava todos os dias em frente ao sobrado, a caminho do antigo mercado de peixes, onde ajudava o tio. Seus olhos, do mesmo cinza do mar em dias de temporal, sempre pousavam na vitrine. Primeiro no cágado. Depois, no homem sérioe concentrado atrás dele, cujas mãos pareciam dançar com a luz.

Um dia, ela entrou. O sino na porta tilintou suavemente.
“Posso olhar o cágado?”, perguntou, sua voz mais suave do que o esperado.
Dhii, surpreso por ter uma cliente que não trazia algo para consertar, apenas acenou com a cabeça, limpando as mãos em um pano de linho.

Ela não perguntou pelo preço. Em vez disso, tirou do bolso um objeto enrolado em um pedaço de cetim azul. Era uma chave muito antiga, de ferro trabalhado, mas a ponta estava quebrada.
“Ela abre um baú que está na casa da minha avó. Dentro dele, dizem que estão todas as cartas de amor do meu avô, marinheiro. Eu… gostaria de poder lê-las.”
Dhii pegou a chave, sentindo seu peso, sua história. “Isso não é um simples conserto. É uma reconstrução. Requer paciência.”
“Eu tenho”, disse ela, sem hesitar. “E eu posso pagar com histórias. Conheço todas as lendas deste porto.”

Foi o combinado. Todas as tardes, após o fechamento do mercado, Sofia aparecia. Enquanto Dhii trabalhava com lupa e ferramentas minúsculas, soldando um novo segredo na velha chave, ela contava histórias. Falava da sereia que aparecia na névoa, do navio fantasma que buscava seu capitão, dos amores que partiam e, às vezes, nunca mais voltavam.

Dhii, que era homem de poucas palavras, começou a falar também. Falou do barulho ensurdecedor da cidade grande, da luz artificial que apagava as estrelas, do desejo de encontrar um ofício que fosse puro e lento. Suas mãos, que reconstruíam a chave, começaram a trever levemente quando ela estava por perto.

A chave foi refeita. No dia em que Dhii a entregou, perfeita, Sofia trouxe o baú. Ficaram até tarde na oficina, à luz de uma única lâmpada, lendo as cartas amareladas do marinheiro apaixonado. O mundo lá fora desapareceu no nevoeiro noturno. Naquela pequena sala cheia de ferramentas e histórias, algo novo e frágil nascia.

Não houve declaração dramática. Houve, sim, a oferta de Sofia: “Tenho outra chave. Da casa da minha avó. Ela tem uma varanda que vê o nascer do sol no mar. É muito silenciosa.” E houve a aceitação silenciosa de Dhii, que pela primeira vez sorriu com os olhos.

Dhii Vasconcellos não partiu quando o verão chegou e o nevoeiro se dissipou. Ele ficou. Sua oficina ganhou um novo letreiro, pintado à mão por Sofia: “Vasconcellos & Histórias – Ourivesaria e Afins”. Na vitrine, ao lado do cágado de prata, agora havia um par de finas alianças de prata, entrelaçadas como as raízes de duas árvores antigas que, finalmente, se encontram.

E todas as tardes, quando a luz do fim do dia dourava a Rua da Lapa, era possível vê-los através do vidro: ele em sua bancada, ela escrevendo em um caderno, suas silhuetas fundidas em uma única história, pacientemente forjada, detalhe por detalhe, como o trabalho de um verdadeiro ourives.

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