Denis Dosio (diablitoitaliano), Philippe Soulier (filou_fitt), and Holden Hunt (HoldenHuntxx) fuck Oliver Hunt – an orgy

O apartamento de Denis Dosio era um caos organizado. Latas de tinta spray, sketches em papéis espalhados pelo chão e aquele aroma inconfundível de verniz e café forte. Era seu santuário, seu estúdio, sua jaula. Conhecido online como “diablitoitaliano”, sua arte urbana era adorada por sua violência colorida e sua beleza crua.
Do outro lado do corredor, vivia Philippe Soulier, ou “filou_fitt”. Seu apartamento era o oposto: minimalista, iluminado, com nada fora do lugar, exceto pelo tapete de yoga perto da janela, onde ele terminava seu ritual matinal. Philippe era um personal trainer, um escultor de corpos e mentes, cuja vida online transbordava saúde e disciplina – um contraste gritante com o vizinho artista.
Eles se cruzavam no hall, um com roupas manchadas de tinta, o outro com leggings e um torso suado. Um aceno de cabeça seco, um “bonjour” murmurado. Eram planetas em órbitas diferentes, destinados a nunca colidir.
Até a chegada dos Hunt.
Holden Hunt era um escritor britânico de meia-idade, de ar cansado mas com olhos curiosos. Seu irmão mais novo, Oliver, um fotógrafo exuberante e cheio de energia, tinha convencido Holden a passar uma temporada em Montreal para que ele pudesse se inspirar e terminar seu livro.
Oliver, ou “HoldenHuntxx” como era conhecido nas redes sociais, era um furacão de charme. No primeiro dia, já tinha convidado Denis e Philippe para um jantar de “boas-vindas aos vizinhos”.
A princípio, aquele jantar foi um desastre polite. Denis argumentava sobre a morte da arte comercial, Philippe defendia a disciplina sobre a inspiração, e Holden observava tudo em silêncio, anotando mentalmente cada detalhe para um personagem futuro. Oliver, no meio, ria, servia mais vinho e fazia perguntas que só aumentavam o debate.
Mas algo aconteceu. A energia obstinada de Denis, que tanto irritava Philippe, começou a parecer… paixão. A disciplina metódica de Philippe, que Denis achava enfadonha, revelou-se uma forma de quieta força. E no meio daquela tensão, Holden encontrou uma voz para seu protagonista, e Oliver encontrou musas para sua lente.
Os encontros tornaram-se frequentes. Denis começou a ir à academia de Philippe, não para malhar, mas para desenhar os corpos em movimento. Philippe, por sua vez, começou a frequentar o caos do estúdio de Denis, inicialmente para arrumar uma coisa ou outra, mas ficando para observar o homem se perder em sua criação.
Uma noite, após uma exposição de sucesso de Denis, onde Oliver fotografou tudo e Holden escreveu um texto belíssimo para o catálogo, os quatro estavam no apartamento minimalista de Philippe. O vinho fluía e a conversa era alta.
Holden e Oliver se retiraram mais cedo, deixando os dois rivais sozinhos. O silêncio desceu sobre eles, carregado de tudo o que não fora dito.
“Seu irmão é… intenso”, disse Philippe, enxugando um copo.
“Oliver? Ele é um furacão. Mas é Holden, o tranquilo, que é a alma dele”, respondeu Denis, encostado na bancada. “Eles se completam. É raro.”
Philippe parou de enxugar o copo e olhou para Denis. “Sim. É raro.”
Seus olhos se encontraram e, pela primeira vez, não se desviaram. A atração que eles atribuíam a desavenças, debates e irritações mútuas mostrou sua verdadeira face. Não era ódio. Era pura, crua e irresistível química.
Foi Denis quem fechou a distância. Suas mãos, sempre manchadas de tinta, tocaram o rosto impecavelmente barbeado de Philippe. E Philippe, o homem do controle, se deixou levar. O beijo não foi gentil. Foi uma colisão, uma explosão de semanas de tensão contida. Era o caos encontrando a ordem e descobrindo que, no fundo, eram a mesma coisa.
No dia seguinte, Holden acordou com o cheiro de café. Desceu para a cozinha e encontrou Oliver já acordado, com um sorriso de orelha a orelha, observando pela janela da sala.
Lá embaixo, na rua, Denis e Philippe caminhavam juntos. Denis gesticulava animadamente, contando uma história, e Philippe ria, uma mão no ombro do artista, puxando-o levemente para si.
“Parece que a colisão finalmente aconteceu”, sussurrou Holden, ficando ao lado do irmão.
Oliver riu, baixinho, e encostou a cabeça no ombro de Holden. “Eu sabia. Só precisavam de um pouco de espaço para orbitar juntos.”
Lá fora, sob a luz do sol da manhã, os dois planetas finalmente se alinharam, criando um novo e perfeito sistema solar, com o caótico Denis e o metódico Philippe no centro, girando em torno de um sentimento que nenhum deles esperava, mas que ambos, secretamente, sempre desejaram. E os irmãos Hunt, testemunhas e cúmplices daquele amor, sabiam que tinham encontrado muito mais do que inspiração em Montreal. Tinham encontrado um lar.