AmadorBarebackBoqueteVídeos Gays

DCharaci, Latin Relax – muscle worship

O estúdio de DCharaci era um caos organizado. Latas de tinta spray vazias rolavam pelo chão de concreto, rodeadas por esboços frenéticos colados nas paredes. Ele era um prodígio do graffiti, um furacão de cores e linhas angulares que conquistara as galerias da cidade sem perder a aura de rebelde das ruas. Seu mundo era um grito visual, uma batida constante de hip-hop e a urgência de expressar tudo, o tempo todo.

Latin Relax não era um homem, era um estado de espírito. Seu nome era João, mas ninguém o chamava assim. Dono de uma lojinha de discos escondida num beco, ele era o sumo sacerdote do samba-rock, da MPB e do jazz. Sua existência era um contra ponto suave ao ritmo frenético da metrópole. Na sua loja, o tempo desacelerava, regido pelo vinil girando e pelo tilintar de copos de cachaça artesanal.

Seus universos se chocaram numa madrugada de domingo. DCharaci, no alto de um andaime, terminava um mural ilegal na lateral de um prédio. O tema era “Ansiedade Urbana”. De repente, uma janela se abriu no andar de baixo e o som suave de um saxofone desceu pela noite, como um rio serpenteando por um deserto de concreto. Era “Samba da Benção”, tocado num volume que era quase um suspiro.

A batida agressiva no fone de DCharaci de repente pareceu dissonante. Irritado, ele olhou para baixo. Latin Relax estava na janela, balançando a cabeça levemente, com os olhos fechados. Ele não estava perturbando a cidade; estava acariciando-a.

DCharaci desceu do andaime, a raiva dando lugar a uma curiosidade profunda. Ele bateu na porta da loja. Latin Relax abriu, sem surpresa, como se estivesse esperando por ele.

“Sua música…” começou DCharaci, sem fôlego.

“Interrompeu o seu caos,” completou Latin Relax, com um sorriso tranquilo. “Entre. O caos pode esperar.”

Dentro da loja, o tempo pareceu parar. Latin Relax não fez perguntas. Apenas colocou um disco após o outro no toca-discos. Mostrou a DCharaci a geometria perfeita de um samba, a complexidade relaxada de um jazz, a poesia contida em uma canção. Ele falou de silêncios entre as notas, da beleza do espaço vazio.

DCharaci, acostumado a preencher cada centímetro com tinta, sentiu uma revelação. Ele mostrou suas fotos no celular: seus murais, seus gritos coloridos. Latin Relax observou, acenando lentamente.

“Você pinta o barulho que a cidade faz,” ele disse. “Eu toco a melodia que ela esqueceu que tem.”

Vídeos relecionados

Botão Voltar ao topo

BRASILEIROS FUDENDO 🔥

X