David Hollister (Liam Efron) and Eduell Levine – a blowjob in the public restroom

**O Ator e o Cenógrafo**
David Hollister, para o mundo, era Liam Efron – um nome estampado em outdoors e capas de revistas, um rosto reconhecido que vendia fantasias. Mas por trás do sorriso ensaiado e das frases de efeito, David era um homem que se sentia como um estranho em sua própria pele. Sua vida era um palco permanente, e ele já não sabia onde terminava o personagem e começava o homem.
Eduell Levine era um construtor de mundos. Cenógrafo de teatro, suas mãos criavam florestas de papelão, castelos de isopor e céus de tinta. Ele preferia a solidão do backstage ao brilho dos holofotes, acreditando que a verdadeira magia estava nos andaimes e na tinta seca, não na performance.
Seus caminhos se cruzaram na produção de uma peça de época ambiciosa. David era a estrela. Eduell, o gênio por trás dos cenários deslumbrantes. Enquanto David lutava para encontrar a verdade de seu personagem, ele se via observando Eduell – um homem que não olhava para ele como uma estrela, mas como um obstáculo que atrapalhava a pintura ainda fresca do assoalho.
“Você pode parar de pisar no meu céu?”, Eduell pediu um dia, sem cerimônia, apon-tando para as nuvens que David havia manchado com a sola de suas botas de época.
A franqueza foi um choque. Pela primeira vez em anos, alguém o tratava não como Liam Efron, mas como um incômodo. David, em vez de se ofender, ficou intrigado.
Ele começou a ficar depois dos ensaios, fingindo estudar o texto, mas na verdade observando Eduell trabalhar. Via a paciência com que ele envelhecia uma parede, a paixão com que discutia o tom exato de vermelho para um tapete.
“Por que você faz isso?”, David perguntou uma noite. “Ficar até tarde por um cenário que o público nem vai notar direito?”
Eduell parou de lixar uma coluna de madeira. “Porque é real. É tangível. Quando a peça acabar, isso aqui ainda vai existir. Diferente do aplauso, que some no ar.”
Aquela frase ecoou na alma vazia de David. Ele, que vivia de aplausos efêmeros, estava diante de alguém que construía coisas para durar.
Numa noite de estreia, um acidente de iluminação danificou parte do cenário principal. O pânico se instalou nos bastidores. Enquanto todos corriam em volta de David, ele procurou por Eduell.
Encontrou-o de joelhos, já consertando o estrago com uma calma desesperada. Sem pensar, David ajoelhou-se ao seu lado, segurando uma tábua, passando a cola. Não era o ator, era apenas um par de mãos ajudando.
Eduell olhou para ele, e pela primeira vez, não viu Liam Efron. Viu David. E um sorriso pequeno, verdadeiro, surgiu em seu rosto.
Quando a cortina se abriu, o cenário estava perfeito. E David deu a melhor atuação de sua vida, porque finalmente ele não estava atuando. Estava se mostrando. Ele havia encontrado, nos bastidores, um porto seguro. E Eduell havia encontrado, naquele homem famoso, uma verdade mais sólida que qualquer cenário. Juntos, no silêncio após o aplauso, eles construíram um mundo só seu, onde David podia, finalmente, deixar de ser Liam.