Danny Delano sucks Melvin Moore and Angel Dario Garcia (Alann23) in the garage before swallowing a load
O bar de Angel, conhecido simplesmente como “Alann23”, era um refúgio para almas solitárias. Um lugar onde a iluminação baixa escondia as cicatrizes e o som suave de jazz abraçava os ombros curvados. Foi em um canto escuro como esse que Danny Delano, um escritor com um bloqueio criativo e um coração partido, viu Melvin Moore pela primeira vez.
Melvin não era barulhento. Era uma presença calma, um homem que consertava relógios antigos e, portanto, entendia que o tempo cura quase tudo. Seus olhos tinham a paciência de quem observava engrenagens minúsculas se encaixarem em perfeita harmonia. Danny, por outro lado, era um furacão de emoções contidas, suas palavras travadas no peito como um romance inacabado.
Naquela noite, a solidão de Danny era tão pesada que ele acreditava ser visível. Ele estava encostado no balcão, girando o copo de uísque, quando Melvin se sentou ao seu lado.
“O habitual, Angel”, disse Melvin, sua voz um acalento.
Angel Dario Garcia, o dono do bar, um homem com um passado escrito nas tatuagens nos seus braços, acenou com a cabeça e preparou o drink sem perguntar. Conhecia seus clientes. Conhecia suas histórias.
“Parece que você carrega o mundo nos ombros”, disse Melvin, virando-se para Danny, sem cerimônia.
Danny ergueu os olhos, surpreso. “Apenas os escombros do meu, na verdade.”
A conversa fluiu como o uísque no copo: lenta, aquecendo o interior. Danny falou sobre suas histórias sem fim; Melvin falou sobre o segredo escondido nos ponteiros de um relógio parado. Havia uma doçura em Melvin, uma serenidade que atraía Danny, que era tudo menos sereno. E havia uma paixão em Danny, uma intensidade que fascinava Melvin, que era tudo menos intenso.
As semanas viraram meses, e o canto escuro do Alann23 se tornou o seu lugar. Angel, de trás do balcão, era o guardião silencioso daquele romance nascente. Um olhar de aprovação, um drink por conta na noite em que Danny vendeu seu primeiro contato, um aceno de compreensão quando Melvin falou sobre seu medo de se entregar novamente.
O ápice veio em uma noite de tempestade. A energia caiu no bar, e Angel acendeu velas. O lugar foi banido por sombras dançantes. Danny, encorajado pelo uísque e pela escuridão íntima, colocou a mão sobre a de Melvin.
“Eu tenho medo”, sussurrou Melvin, seus olhos refletindo as chamas. “O tempo pode consertar um relógio, mas não sei se pode consertar pessoas.”
“Eu não quero ser consertado”, Danny respondeu, sua voz mais firme do que nunca. “Só quero ser alguém que conta suas histórias para você, todas as noites, pelo resto da nossa vida.”
Naquele momento, sob o olhar protetor de Angel e ao som da chuva batendo na janela, o tempo parou. Não por um defeito em uma engrenagem, mas por uma escolha. Melvin se inclinou e seus lábios se encontraram no meio do caminho, um beijo lento e profundo que sabia a futuro, a perdão, a lar.
Eles não viviam em um conto de fadas. Danny ainda tinha seus demônios e Melvin, seus medos. Mas no bar do Angel, o Alann23, eles tinham um porto seguro. Um lugar onde um homem que consertava o tempo e um homem que escrevia sobre ele descobriram que a coisa mais rara e preciosa não era uma peça de museu, mas o amor que encontram em um canto escuro, servido com um drink e abençoado por um anjo de nome terreno.




