Danny Delano and Sean Ford flip fuck in the woods

O vento soprava folhas secas pela calçada da Rua Willow, carregando o primeiro suspiro frio do outono. Danny Delano observava o mundo através da vitrine de sua livraria, “O Capítulo Esquecido”, como sempre fazia às cinco da tarde. Era o seu ritual, uma pausa entre as pilhas de livros usados que cheiravam a papel envelhecido e histórias não contadas.
Foi então que ele viu Sean Ford.
Sean era uma figura dissonante naquele bairro sereno. Sua jaqueta de couro surrada, suas botas cobertas de uma fina poeira de estrada e a mochila desgastada nas costas contavam uma história de movimento, de lugares que Danny só conhecia pelas páginas dos romances que vendia. Ele estava parado sob o letreiro piscante do motel em frente, acendendo um cigarro com as mãos em concha contra o vento.
Algo em Sean era ímã. Talvez a solidão tranquila que ele carregava, ou a maneira como seus olhos, mesmo à distância, pareciam procurar por algo – ou alguém. Danny afastou-se da vitrine, o coração batendo um pouco mais rápido que o normal. Era um tolo, pensou. Um romântico incurável que via narrativas onde havia apenas estranhos.
No dia seguinte, Sean entrou na livraria.
O sino na porta tilintou suavemente. O cheiro de chuva e tabaco veio com ele. Ele não procurou por livros específicos; suas mãos, marcadas por pequenas cicatrizes e veias salientes, acariciavam as lombadas com uma reverência que Danny raramente via.
“Posso ajudar?” Danny perguntou, sua voz soando um pouco rouca por falta de uso.
Sean ergueu os olhos. Eram da cor do céu antes de uma tempestade. “Só procurando um lugar para me perder”, respondeu, com um sotaque suave que Danny não conseguiu identificar.
Ele se perdeu muitas vezes depois daquela. Sean tornou-se um visitante diário. Comprava livros de poesia baratos e lia num canto, na poltrona perto da estante de ficção científica. Às vezes, Danny o flagrava olhando não para as páginas, mas para ele. E, nessas horas, o ar dentro da livraria parecia ficar mais denso, carregado de todas as palavras não ditas.
A amizade nasceu devagar, como a transição das estações. Sean contou que era mecânico, que viajava de cidade em cidade consertando o que outros consideravam perdido. Danny falou sobre seu amor pelas histórias, sua aversão a mudanças, o medo silencioso de que sua própria vida fosse pouco mais que um prólogo.
Uma tarde, enquanto a chuva batia insistente contra as vidraças, Sean chegou com as mãos sujas de graxa e dois cafés pingando.
“Para você”, disse, entregando um dos copos de papel para Danny. “Com um toque de canela. Como você gosta.”
Danny ficou paralisado. Ele nunca tinha dito a ninguém como gostava do seu café. Sean tinha apenas observado. Aquele simples ato de ver – de realmente *enxergar* – foi mais íntimo do que qualquer toque.
Foi naquela noite, enquanto arrumava as prateleiras após o fechamento, que Sean apareceu na porta, sem jaqueta, com a camisa encharcada.