Dad’s Happy Boy Part II – Daryl Richter and Davis Dixon fuck

Daryl Richter era um homem de silêncios. Seu mundo era feito de coisas sólidas e previsíveis: o cheiro de serragem fresca em sua marcenaria, o peso firme de um formão em sua mão, a grata exatidão de um ângulo de 90 graus. Ele construía mesas, cadeiras e estantes que duravam gerações, e a própria vida parecia seguir um projeto igualmente estável. Até que Davis Dixon se mudou para a casa ao lado.

Davis era o oposto de um projeto. Era uma explosão de cores e sons. Pintor, trazia manchas de tinta nas roupas, risadas altas que ecoavam no jardim e uma desordem encantadora que desafiava toda a lógica de Daryl. Sua casa era um caos de telas, livros e pilhas de discos de vinil, e ele próprio parecia uma obra de arte inacabada e vibrante.

Nos primeiros dias, Daryl observava, com um leve incômodo, aquele turbilhão através da cerca. Davis, por sua vez, não via um homem ranzinza, mas sim uma escultura de madeira à espera de ser descoberta. Um dia, apareceu na porta da marcenaria com duas xícaras de café e um sorriso que fez o sol parecer tímido.

“Ouvi dizer que você é o melhor marceneiro da cidade. Preciso de uma ajuda com um cavalete que está mais manco que eu depois de uma noite de inspiração”, disse Davis, sem cerimônia.

Daryl, relutante, concordou. Enquanto consertava o cavalete, Davis falava. Falava sobre a luz do entardecer, sobre a melancolia dos blues e a alegria irracional do jazz. Daryl respondia com monossílabos, mas suas mãos, habilidosas e certeiras, trabalhavam com uma suavidade que delatava seu crescente interesse.

O cavalete consertado deu lugar a um convite para jantar, que por sua vez deu lugar a longas conversas na varanda. Daryl aprendia a linguagem das cores no olhar de Davis, e Davis descobria a poesia contida nos veios da madeira e no silêncio bem-compartilhado. Aprendeu que as mãos calejadas de Daryl eram capazes de um toque tão suave quanto o de um pincel sobre uma tela.